id
stringlengths 6
10
| question_number
int32 1
180
| exam_id
stringclasses 12
values | exam_year
stringclasses 11
values | nullified
bool 0
classes | question
stringlengths 195
2.64k
| choices
dict | answerKey
stringclasses 6
values | explanation
stringclasses 3
values |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
2015_179
| 179 |
2015
|
2015
| null |
Um granjeiro detectou uma infecção bacteriológica em sua criação de 100 coelhos. A massa de cada coelho era de, aproximadamente, 4 kg. Um veterinário prescreveu a aplicação de um antibiótico, vendido em frascos contendo 16 mL, 25 mL, 100 mL, 400 mL ou 1 600 mL. A bula do antibiótico recomenda que, em aves e coelhos, seja administrada uma dose única de 0,25 mL para cada quilograma de massa do animal.
Para que todos os coelhos recebessem a dosagem do antibiótico recomendada pela bula, de tal maneira que não sobrasse produto na embalagem, o criador deveria comprar um único frasco com a quantidade, em mililitros, igual a
|
{
"text": [
"16. ",
"25. ",
"100. ",
"400. ",
"1 600. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
C
| null |
2016_1
| 1 |
2016
|
2016
| null |
Hoje, a indústria cultural assumiu a herança civilizatória da democracia de pioneiros e empresários, que tampouco desenvolvera uma fineza de sentido para os desvios espirituais. Todos são livres para dançar e para se divertir, do mesmo modo que, desde a neutralização histórica da religião, são livres para entrar em qualquer uma das inúmeras seitas. Mas a liberdade de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção econômica, revela-se em todos os setores como a liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa. ADORNO, T; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.
A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise do texto, é um(a)
|
{
"text": [
"legado social. ",
"patrimônio político. ",
"produto da moralidade. ",
"conquista da humanidade. ",
"ilusão da contemporaneidade. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
E
| null |
2016_3
| 3 |
2016
|
2016
| null |
Sentimos que toda satisfação de nossos desejos advinda do mundo assemelha-se à esmola que mantém hoje o mendigo vivo, porém prolonga amanhã a sua fome. A resignação, ao contrário, assemelha-se à fortuna herdada: livra o herdeiro para sempre de todas as preocupações. SCHOPENHAUER, A. Aforismo para a sabedoria da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
O trecho destaca uma ideia remanescente de uma tradição filosófica ocidental, segundo a qual a felicidade se mostra indissociavelmente ligada à
|
{
"text": [
"consagração de relacionamentos afetivos. ",
"administração da independência interior. ",
"fugacidade do conhecimento empírico. ",
"liberdade de expressão religiosa. ",
"busca de prazeres efêmeros. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
B
| null |
2016_4
| 4 |
2016
|
2016
| null |
Batizado por Tancredo Neves de “Nova República”, o período que marca o reencontro do Brasil com os governos civis e a democracia ainda não completou seu quinto ano e já viveu dias de grande comoção. Começou com a tragédia de Tancredo, seguiu pela euforia do Plano Cruzado, conheceu as depressões da inflação e das ameaças da hiperinflação e desembocou na movimentação que antecede as primeiras eleições diretas para presidente em 29 anos. O álbum dos presidentes: a história vista pelo JB. Jornal do Brasil, 15 nov. 1989.
O período descrito apresenta continuidades e rupturas em relação à conjuntura histórica anterior. Uma dessas continuidades consistiu na
|
{
"text": [
"representação do legislativo com a fórmula do bipartidarismo. ",
"detenção de lideranças populares por crimes de subversão. ",
"presença de políticos com trajetórias no regime autoritário. ",
"prorrogação das restrições advindas dos atos institucionais. ",
"estabilidade da economia com o congelamento anual de preços. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
C
| null |
2016_5
| 5 |
2016
|
2016
| null |
Os moradores de Andalsnes, na Noruega, poderiam se dar ao luxo de morar perto do trabalho nos dias úteis e de se refugiar na calmaria do bosque aos fins de semana. E sem sair da mesma casa. Bastaria achar uma vaga para estacionar o imóvel antes de curtir o novo endereço. Disponível em: http://casavogue.globo.com. Acesso em: 3 out. 2015 (adaptado).
Uma vez implementada, essa proposta afetaria a dinâmica do espaço urbano por reduzir a intensidade do seguinte processo:
|
{
"text": [
"Êxodo rural. ",
"Movimento pendular. ",
"Migração de retorno. ",
"Deslocamento sazonal. ",
"Ocupação de áreas centrais. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
B
| null |
2016_6
| 6 |
2016
|
2016
| null |
O Rio de Janeiro tem projeção imediata no próprio estado e no Espírito Santo, em parcela do sul do estado da Bahia, e na Zona da Mata, em Minas Gerais, onde tem influência dividida com Belo Horizonte. Compõem a rede urbana do Rio de Janeiro, entre outras cidades: Vitória, Juiz de Fora, Cachoeiro de Itapemirim, Campos dos Goytacazes, Volta Redonda - Barra Mansa, Teixeira de Freitas, Angra dos Reis e Teresópolis. Disponível em: http://ibge.gov.br. Acesso em: 9 jul. 2015 (adaptado).
O conceito que expressa a relação entre o espaço apresentado e a cidade do Rio de Janeiro é:
|
{
"text": [
"Frente pioneira. ",
"Zona de transição. ",
"Região polarizada. ",
"Área de conurbação. ",
"Periferia metropolitana. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
C
| null |
2016_9
| 9 |
2016
|
2016
| null |
A Operação Condor está diretamente vinculada às experiências históricas das ditaduras civil-militares que se disseminaram pelo Cone Sul entre as décadas de 1960 e 1980. Depois do Brasil (e do Paraguai de Stroessner), foi a vez da Argentina (1966), Bolívia (1966 e 1971), Uruguai e Chile (1973) e Argentina (novamente, em 1976). Em todos os casos se instalaram ditaduras civil-militares (em menor ou maior medida) com base na Doutrina de Segurança Nacional e tendo como principais características um anticomunismo militante, a identificação do inimigo interno, a imposição do papel político das Forças Armadas e a definição de fronteiras ideológicas. PADRÓS, E. S. et al. Ditadura de Segurança Nacional no Rio Grande do Sul (1964-1985): história e memória. Porto Alegre: Corag, 2009 (adaptado).
Levando-se em conta o contexto em que foi criada, a referida operação tinha como objetivo coordenar a
|
{
"text": [
"modificação de limites territoriais. ",
"sobrevivência de oficiais exilados. ",
"interferência de potências mundiais. ",
"repressão de ativistas oposicionistas. ",
"implantação de governos nacionalistas. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
D
| null |
2016_10
| 10 |
2016
|
2016
| null |
A regulação das relações de trabalho compõe uma estrutura complexa, em que cada elemento se ajusta aos demais. A Justiça do Trabalho é apenas uma das peças dessa vasta engrenagem. A presença de representantes classistas na composição dos órgãos da Justiça do Trabalho é também resultante da montagem dessa regulação. O poder normativo também reflete essa característica. Instituída pela Constituição de 1934, a Justiça do Trabalho só vicejou no ambiente político do Estado Novo instaurado em 1937. ROMITA, A. S. Justiça do Trabalho: produto do Estado Novo. In: PANDOLFI, D. (Org.). Repensando o Estado Novo. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1999.
A criação da referida instituição estatal na conjuntura histórica abordada teve por objetivo
|
{
"text": [
"legitimar os protestos fabris. ",
"ordenar os conflitos laborais. ",
"oficializar os sindicatos plurais. ",
"assegurar os princípios liberais. ",
"unificar os salários profissionais. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
B
| null |
2016_8
| 8 |
2016
|
2016
| null |
No início de maio de 2014, a instalação da plataforma petrolífera de perfuração HYSY-981 nas águas contestadas do Mar da China Meridional suscitou especulações sobre as motivações chinesas. Na avaliação de diversos observadores ocidentais, Pequim pretendeu, com esse gesto, demonstrar que pode impor seu controle e dissuadir outros países de seguir com suas reivindicações de direito de exploração dessas águas, como é o caso do Vietnã e das Filipinas. KLARE, M.T. A guerra pelo petróleo se joga no mar. Le Monde Diplomatique Brasil, abr. 2015.
A ação da China em relação à situação descrita no texto evidencia um conflito que tem como foco o(a):
|
{
"text": [
"Distribuição das zonas econômicas especiais. ",
"Monopólio das inovações tecnológicas extrativas. ",
"Dinamização da atividade comercial. ",
"Jurisdição da soberania territorial. ",
"Embargo da produção industrial. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
D
| null |
2016_11
| 11 |
2016
|
2016
| null |
Vi os homens sumirem-se numa grande tristeza. Os melhores cansaram-se das suas obras. Proclamou-se uma doutrina e com ela circulou uma crença: Tudo é oco, tudo é igual, tudo passou! O nosso trabalho foi inútil; o nosso vinho tornou-se veneno; o mau olhado amareleceu-nos os campos e os corações. Secamos de todo, e se caísse fogo em cima de nós, as nossas cinzas voariam em pó. Sim; cansamos o próprio fogo. Todas as fontes secaram para nós, e o mar retirou-se. Todos os solos se querem abrir, mas os abismos não nos querem tragar! NIETZSCHE, F. Assim falou Zaratustra. Rio de Janeiro: Ediouro, 1977.
O texto exprime uma construção alegórica, que traduz um entendimento da doutrina niilista, uma vez que
|
{
"text": [
"reforça a liberdade do cidadão. ",
"desvela os valores do cotidiano. ",
"exorta as relações de produção. ",
"destaca a decadência da cultura. ",
"amplifica o sentimento de ansiedade. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
D
| null |
2016_13
| 13 |
2016
|
2016
| null |
Pesca industrial provoca destruição na África O súbito desaparecimento do bacalhau dos grandes cardumes da Terra Nova, no final do século XX — o que ninguém havia previsto —, teve o efeito de um eletrochoque planetário. Lançada pelos bascos no século XV, a pesca e depois a sobrepesca desse grande peixe de água fria levaram ao impensável. Ao Canadá o bacalhau nunca mais voltou. E o que ocorreu no Atlântico Norte está acontecendo em outros mares. Os maiores navios do mundo seguem agora em direção ao sul, até os limites da Antártida, para competir pelos estoques remanescentes. MORA, J. S. Disponível em: www.diplomatique.com.br. Acesso em: 14 jan. 2014.
O problema exposto no texto jornalístico relaciona-se à
|
{
"text": [
"insustentabilidade do modelo de produção e consumo. ",
"fragilidade ecológica de ecossistemas costeiros. ",
"inviabilidade comercial dos produtos marinhos. ",
"mudança natural nos oceanos e mares. ",
"vulnerabilidade social de áreas pobres. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
A
| null |
2016_14
| 14 |
2016
|
2016
| null |
A mundialização introduz o aumento da produtividade do trabalho sem acumulação de capital, justamente pelo caráter divisível da forma técnica molecular-digital do que resulta a permanência da má distribuição da renda: exemplificando mais uma vez, os vendedores de refrigerantes às portas dos estádios viram sua produtividade aumentada graças ao just in time dos fabricantes e distribuidores de bebidas, mas para realizar o valor de tais mercadorias, a forma do trabalho dos vendedores é a mais primitiva. Combinam-se, pois, acumulação molecular-digital com o puro uso da força de trabalho. OLIVEIRA, F. Crítica à razão dualista e o ornitorrinco. Campinas: Boitempo, 2003.
Os aspectos destacados no texto afetam diretamente questões como emprego e renda, sendo possível explicar essas transformações pelo(a)
|
{
"text": [
"crise bancária e o fortalecimento do capital industrial. ",
"inovação toyotista e a regularização do trabalho formal. ",
"impacto da tecnologia e as modificações na estrutura produtiva. ",
"emergência da globalização e a expansão do setor secundário. ",
"diminuição do tempo de trabalho e a necessidade de diploma superior. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
C
| null |
2016_16
| 16 |
2016
|
2016
| null |
Quanto mais complicada se tornou a produção industrial, mais numerosos passaram a ser os elementos da indústria que exigiam garantia de fornecimento. Três deles eram de importância fundamental: o trabalho, a terra e o dinheiro. Numa sociedade comercial, esse fornecimento só poderia ser organizado de uma forma: tornando-os disponíveis à compra. Agora eles tinham que ser organizados para a venda no mercado. Isso estava de acordo com a exigência de um sistema de mercado. Sabemos que em um sistema como esse, os lucros só podem ser assegurados se se garante a autorregulação por meio de mercados competitivos interdependentes. POLANYI, K. A grande transformação: as origens de nossa época. Rio de Janeiro: Campus, 2000 (adaptado).
A consequência do processo de transformação socioeconômica abordado no texto é a
|
{
"text": [
"expansão das terras comunais. ",
"limitação do mercado como meio de especulação. ",
"consolidação da força de trabalho como mercadoria. ",
"diminuição do comércio como efeito da industrialização. ",
"adequação do dinheiro como elemento padrão das transações. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
C
| null |
2016_17
| 17 |
2016
|
2016
| null |
O que ocorreu na Bahia de 1798, ao contrário das outras situações de contestação política na América portuguesa, é que o projeto que lhe era subjacente não tocou somente na condição, ou no instrumento, da integração subordinada das colônias no império luso. Dessa feita, ao contrário do que se deu nas Minas Gerais (1789), a sedição avançou sobre a sua decorrência. JANCSÓ, I.; PIMENTA, J. P. Peças de um mosaico. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000.
A diferença entre as sedições abordadas no texto encontrava-se na pretensão de
|
{
"text": [
"eliminar a hierarquia militar. ",
"abolir a escravidão africana. ",
"anular o domínio metropolitano. ",
"suprimir a propriedade fundiária. ",
"extinguir o absolutismo monárquico. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
B
| null |
2016_15
| 15 |
2016
|
2016
| null |
A África Ocidental é conhecida pela dinâmica das suas mulheres comerciantes, caracterizadas pela perícia, autonomia e mobilidade. A sua presença, que fora atestada por viajantes e por missionários portugueses que visitaram a costa a partir do século XV, consta também na ampla documentação sobre a região. A literatura é rica em referências às grandes mulheres como as vendedoras ambulantes, cujo jeito para o negócio, bem como a autonomia e mobilidade, é tão típico da região. HAVIK, P. Dinâmicas e assimetrias afro-atlânticas: a agência feminina e representações em mudança na Guiné (séculos XIX e XX). In: PANTOJA, S. (Org.). Identidades, memórias e histórias em terras africanas. Brasília: LGE; Luanda: Nzila, 2006.
A abordagem realizada pelo autor sobre a vida social da África Ocidental pode ser relacionada a uma característica marcante das cidades no Brasil escravista nos séculos XVIII e XIX, que se observa pela
|
{
"text": [
"restrição à realização do comércio ambulante por africanos escravizados e seus descendentes. ",
"convivência entre homens e mulheres livres, de diversas origens, no pequeno comércio. ",
"presença de mulheres negras no comércio de rua de diversos produtos e alimentos. ",
"dissolução dos hábitos culturais trazidos do continente de origem dos escravizados. ",
"entrada de imigrantes portugueses nas atividades ligadas ao pequeno comércio urbano. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
C
| null |
2016_18
| 18 |
2016
|
2016
| null |
TEXTO I Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos habitantes indígenas como “os brasis”, ou “gente brasília” e, ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro” era a eles aplicado, mas as referências ao status econômico e jurídico desses eram muito mais populares. Assim, os termos “negro da terra” e “índios” eram utilizados com mais frequência do que qualquer outro. SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o Brasil: a construção de um povo. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000 (adaptado). TEXTO II Índio é um conceito construído no processo de conquista da América pelos europeus. Desinteressados pela diversidade cultural, imbuídos de forte preconceito para com o outro, o indivíduo de outras culturas, espanhóis, portugueses, franceses e anglo-saxões terminaram por denominar da mesma forma povos tão díspares quanto os tupinambás e os astecas. SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005.
Ao comparar os textos, as formas de designação dos grupos nativos pelos europeus, durante o período analisado, são reveladoras da
|
{
"text": [
"concepção idealizada do território, entendido como geograficamente indiferenciado. ",
"percepção corrente de uma ancestralidade comum às populações ameríndias. ",
"compreensão etnocêntrica acerca das populações dos territórios conquistados. ",
"transposição direta das categorias originadas no imaginário medieval. ",
"visão utópica configurada a partir de fantasias de riqueza. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
C
| null |
2016_19
| 19 |
2016
|
2016
| null |
Ser ou não ser — eis a questão. Morrer — dormir — Dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo! Os sonhos que hão de vir no sono da morte Quando tivermos escapado ao tumulto vital Nos obrigam a hesitar: e é essa a reflexão Que dá à desventura uma vida tão longa. SHAKESPEARE, W. Hamlet. Porto Alegre: L&PM, 2007.
Este solilóquio pode ser considerado um precursor do existencialismo ao enfatizar a tensão entre
|
{
"text": [
"consciência de si e angústia humana. ",
"inevitabilidade do destino e incerteza moral. ",
"tragicidade da personagem e ordem do mundo. ",
"racionalidade argumentativa e loucura iminente. ",
"dependência paterna e impossibilidade de ação. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
A
| null |
2016_20
| 20 |
2016
|
2016
| null |
TEXTO I Tradução: “As mulheres do futuro farão da Lua um lugar mais limpo para se viver”. Disponível em: www.propagandashistoricas.com.br. Acesso em: 16 out. 2015. TEXTO II Metade da nova equipe da Nasa é composta por mulheres Até hoje, cerca de 350 astronautas americanos já estiveram no espaço, enquanto as mulheres não chegam a ser um terço desse número. Após o anúncio da turma composta 50% por mulheres, alguns internautas escreveram comentários machistas e desrespeitosos sobre a escolha nas redes sociais. Disponível em: https://catracalivre.com.br. Acesso em: 10 mar. 2016.
A comparação entre o anúncio publicitário de 1968 e a repercussão da notícia de 2016 mostra a
|
{
"text": [
"elitização da carreira científica. ",
"qualificação da atividade doméstica. ",
"ambição de indústrias patrocinadoras. ",
"manutenção de estereótipos de gênero. ",
"equiparação de papéis nas relações familiares. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
D
| null |
2016_22
| 22 |
2016
|
2016
| null |
Segundo a Conferência de Quioto, os países centrais industrializados, responsáveis históricos pela poluição, deveriam alcançar a meta de redução de 5,2% do total de emissões segundo níveis de 1990. O nó da questão é o enorme custo desse processo, demandando mudanças radicais nas indústrias para que se adaptem rapidamente aos limites de emissão estabelecidos e adotem tecnologias energéticas limpas. A comercialização internacional de créditos de sequestro ou de redução de gases causadores do efeito estufa foi a solução encontrada para reduzir o custo global do processo. Países ou empresas que conseguirem reduzir as emissões abaixo de suas metas poderão vender este crédito para outro país ou empresa que não consiga. BECKER, B. Amazônia: geopolítica na virada do II milênio. Rio de Janeiro: Garamond, 2009.
As posições contrárias à estratégia de compensação presente no texto relacionam-se à ideia de que ela promove
|
{
"text": [
"retração nos atuais níveis de consumo. ",
"surgimento de conflitos de caráter diplomático. ",
"diminuição dos lucros na produção de energia. ",
"desigualdade na distribuição do impacto ecológico. ",
"decréscimo dos índices de desenvolvimento econômico. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
D
| null |
2016_23
| 23 |
2016
|
2016
| null |
Dados recentes mostram que muitos são os países periféricos que dependem dos recursos enviados pelos imigrantes que estão nos países centrais. Grande parte dos países da América Latina, por exemplo, depende hoje das remessas de seus imigrantes. Para se ter uma ideia mais concreta, recentes dados divulgados pela ONU revelaram que somente os indianos recebem 10 bilhões de dólares de seus compatriotas no exterior. No México, segundo maior volume de divisas, esse valor chega a 9,9 bilhões de dólares e nas Filipinas, o terceiro, a 8,4 bilhões. HAESBAERT, R.; PORTO-GONÇALVES, C.. A nova des-ordem mundial. São Paulo: Edunesp, 2006.
Um aspecto do mundo globalizado que facilitou a ocorrência do processo descrito, na transição do século XX para o século XXI, foi o(a)
|
{
"text": [
"integração de culturas distintas. ",
"avanço técnico das comunicações. ",
"quebra de barreiras alfandegárias. ",
"flexibilização de regras trabalhistas. ",
"desconcentração espacial da produção. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
B
| null |
2016_24
| 24 |
2016
|
2016
| null |
Ser moderno é encontrar-se em um ambiente que promete aventura, poder, alegria, crescimento, autotransformação e transformação das coisas em redor — mas ao mesmo tempo ameaça destruir tudo o que temos, tudo o que sabemos, tudo o que somos. A experiência ambiental da modernidade anula todas as fronteiras geográficas e raciais, de classe e nacionalidade: nesse sentido, pode-se dizer que a modernidade une a espécie humana. Porém, é uma unidade paradoxal, uma unidade de desunidade. BERMAN, M. Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade. São Paulo: Cia. das Letras, 1986 (adaptado).
O texto apresenta uma interpretação da modernidade que a caracteriza como um(a)
|
{
"text": [
"dinâmica social contraditória. ",
"interação coletiva harmônica. ",
"fenômeno econômico estável. ",
"sistema internacional decadente. ",
"processo histórico homogeneizador. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
A
| null |
2016_25
| 25 |
2016
|
2016
| null |
Não estou mais pensando como costumava pensar. Percebo isso de modo mais acentuado quando estou lendo. Mergulhar num livro, ou num longo artigo, costumava ser fácil. Isso raramente ocorre atualmente. Agora minha atenção começa a divagar depois de duas ou três páginas. Creio que sei o que está acontecendo. Por mais de uma década venho passando mais tempo on-line, procurando e surfando e algumas vezes acrescentando informação à grande biblioteca da internet. A internet tem sido uma dádiva para um escritor como eu. Pesquisas que antes exigiam dias de procura em jornais ou na biblioteca agora podem ser feitas em minutos. Como disse o teórico da comunicação Marshall McLuhan nos anos 60, a mídia não é apenas um canal passivo para o tráfego de informação. Ela fornece a matéria, mas também molda o processo de pensamento. E o que a net parece fazer é pulverizar minha capacidade de concentração e contemplação. CARR, N. Is Google making us stupid? Disponível em: www.theatlantic.com. Acesso em: 17 fev. 2013 (adaptado).
Em relação à internet, a perspectiva defendida pelo autor ressalta um paradoxo que se caracteriza por
|
{
"text": [
"associar uma experiência superficial à abundância de informações. ",
"condicionar uma capacidade individual à desorganização da rede. ",
"agregar uma tendência contemporânea à aceleração do tempo. ",
"aproximar uma mídia inovadora à passividade da recepção. ",
"equiparar uma ferramenta digital à tecnologia analógica. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
A
| null |
2016_26
| 26 |
2016
|
2016
| null |
Uma scena franco-brazileira: “franco” — pelo local e os personagens, o local que é Paris e os personagens que são pessôas do povo da grande capital; “brazileira” pelo que ahi se está bebendo: café do Brazil. O Lettreiro diz a verdade apregoando que esse é o melhor de todos os cafés. (Essa página foi desenhada especialmente para A Illustração Brazileira pelo Sr. Tofani, desenhista do Je Sais Tout.) A Illustração Brazileira, n. 2, 15 jun. 1909 (adaptado).
A página do periódico do início do século XX documenta um importante elemento da cultura francesa, que é revelador do papel do Brasil na economia mundial, indicado no seguinte aspecto:
|
{
"text": [
"Prestador de serviços gerais. ",
"Exportador de bens industriais. ",
"Importador de padrões estéticos. ",
"Fornecedor de produtos agrícolas. ",
"Formador de padrões de consumo. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
D
| null |
2016_27
| 27 |
2016
|
2016
| null |
TEXTO I Mais de 50 mil refugiados entraram no território húngaro apenas no primeiro semestre de 2015. Budapeste lançou os “trabalhos preparatórios” para a construção de um muro de quatro metros de altura e 175 Km ao longo de sua fronteira com a Sérvia, informou o ministro húngaro das Relações Exteriores. “Uma resposta comum da União Europeia a este desafio da imigração é muito demorada, e a Hungria não pode esperar. Temos que agir”, justificou o ministro. Disponível em: www.portugues.rfi.fr. Acesso em: 19 jun. 2015 (adaptado). TEXTO II O Alto Comissariado das Nações Unidas para (ACNUR) critica as manifestações de Refugiados xenofobia adotadas pelo governo da Hungria. O país foi invadido por cartazes nos quais o chefe do executivo insta os imigrantes a respeitarem as leis e a não “roubarem” os empregos dos húngaros. Para o ACNUR, a medida é surpreendente, pois a xenofobia costuma ser instigada por pequenos grupos radicais e não pelo próprio governo do país. Disponível em: http://pt.euronews.com. Acesso em: 19 jun. 2015 (adaptado).
O posicionamento governamental citado nos textos é criticado pelo ACNUR por ser considerado um caminho para o(a)
|
{
"text": [
"alteração do regime político. ",
"fragilização da supremacia nacional. ",
"expansão dos domínios geográficos. ",
"cerceamento da liberdade de expressão. ",
"fortalecimento das práticas de discriminação. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
E
| null |
2016_28
| 28 |
2016
|
2016
| null |
A sociologia ainda não ultrapassou a era das construções e das sínteses filosóficas. Em vez de assumir a tarefa de lançar luz sobre uma parcela restrita do campo social, ela prefere buscar as brilhantes generalidades em que todas as questões são levantadas sem que nenhuma seja expressamente tratada. Não é com exames sumários e por meio de intuições rápidas que se pode chegar a descobrir as leis de uma realidade tão complexa. Sobretudo, generalizações às vezes tão amplas e tão apressadas não são suscetíveis de nenhum tipo de prova. DURKHEIM, E. O suicídio: estudo de sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
O texto expressa o esforço de Émile DurKheim em construir uma sociologia com base na
|
{
"text": [
"vinculação com a filosofia como saber unificado. ",
"reunião de percepções intuitivas para demonstração. ",
"formulação de hipóteses subjetivas sobre a vida social. ",
"adesão aos padrões de investigação típicos das ciências naturais. ",
"incorporação de um conhecimento alimentado pelo engajamento político. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
D
| null |
2016_29
| 29 |
2016
|
2016
| null |
Disponível em: www.imageforum-diffusion.afp.com. Acesso em: 6 jan. 2016.
O regime do Apartheid adotado de 1948 a 1994 na África do Sul fundamentava-se em ações estatais de segregacionismo racial. Na imagem, fuzileiros navais fazem valer a “lei do passe” que regulamentava o(a)
|
{
"text": [
"concentração fundiária, impedindo os negros de tomar posse legítima do uso da terra. ",
"boicote econômico, proibindo os negros de consumir produtos ingleses sem resistência armada. ",
"sincretismo religioso, vetando os ritos sagrados dos negros nas cerimônias oficiais do Estado. ",
"controle sobre a movimentação, desautorizando os negros a transitar em determinadas áreas das cidades. ",
"exclusão do mercado de trabalho, negando à população negra o acesso aos bens de consumo. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
D
| null |
2016_30
| 30 |
2016
|
2016
| null |
A linhagem dos primeiros críticos ambientais brasileiros não praticou o elogio laudatório da beleza e da grandeza do meio natural brasileiro. O meio natural foi elogiado por sua riqueza e potencial econômico, sendo sua destruição interpretada como um signo de atraso, ignorância e falta de cuidado. PÁDUA, J. A. Um sopro de destruição: pensamento político e crítica ambiental no Brasil escravista (1786-1888). Rio de Janeiro: Zahar, 2002 (adaptado).
Descrevendo a posição dos críticos ambientais brasileiros dos séculos XVIII e XIX, o autor demonstra que, via de regra, eles viam o meio natural como
|
{
"text": [
"ferramenta essencial para o avanço da nação. ",
"dádiva divina para o desenvolvimento industrial. ",
"paisagem privilegiada para a valorização fundiária. ",
"limitação topográfica para a promoção da urbanização. ",
"obstáculo climático para o estabelecimento da civilização. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
A
| null |
2016_31
| 31 |
2016
|
2016
| null |
O coronelismo era fruto de alteração na relação de forças entre os proprietários rurais e o governo, e significava o fortalecimento do poder do Estado antes que o predomínio do coronel. Nessa concepção, o coronelismo é, então, um sistema político nacional, com base em barganhas entre o governo e os coronéis. O coronel tem o controle dos cargos públicos, desde o delegado de polícia até a professora primária. O coronel hipoteca seu apoio ao governo, sobretudo na forma de voto. CARVALHO, J. M. Pontos e bordados: escritos de história política. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998 (adaptado).
No contexto da Primeira República no Brasil, as relações políticas descritas baseavam-se na
|
{
"text": [
"coação das milícias locais. ",
"estagnação da dinâmica urbana. ",
"valorização do proselitismo partidário. ",
"disseminação de práticas clientelistas. ",
"centralização de decisões administrativas. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
D
| null |
2016_33
| 33 |
2016
|
2016
| null |
Em 1935, o governo brasileiro começou a negar vistos a judeus. Posteriormente, durante o Estado Novo, uma circular secreta proibiu a concessão de vistos a “pessoas de origem semita”, inclusive turistas e negociantes, o que causou uma queda de 75% da imigração judaica ao longo daquele ano. Entretanto, mesmo com as imposições da lei, muitos judeus continuaram entrando ilegalmente no país durante a guerra e as ameaças de deportação em massa nunca foram concretizadas, apesar da extradição de alguns indivíduos por sua militância política. GRIMBERG, K. Nova língua interior: 500 anos de história dos judeus no Brasil. In: IBGE. Brasil: 500 anos de povoamento. Rio de Janeiro: IBGE, 2000 (adaptado).
Uma razão para a adoção da política de imigração mencionada no texto foi o(a)
|
{
"text": [
"receio do controle sionista sobre a economia nacional. ",
"reserva de postos de trabalho para a mão de obra local. ",
"oposição do clero católico à expansão de novas religiões. ",
"apoio da diplomacia varguista às opiniões dos líderes árabes. ",
"simpatia de membros da burocracia pelo projeto totalitário alemão. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
E
| null |
2016_34
| 34 |
2016
|
2016
| null |
Pirro afirmava que nada é nobre nem vergonhoso, justo ou injusto; e que, da mesma maneira, nada existe do ponto de vista da verdade; que os homens agem apenas segundo a lei e o costume, nada sendo mais isto do que aquilo. Ele levou uma vida de acordo com esta doutrina, nada procurando evitar e não se desviando do que quer que fosse, suportando tudo, carroças, por exemplo, precipícios, cães, nada deixando ao arbítrio dos sentidos. LAÉRCIO, D. Vidas e sentenças dos filósofos ilustres. Brasília: Editora UnB, 1988.
O ceticismo, conforme sugerido no texto, caracteriza-se por:
|
{
"text": [
"Desprezar quaisquer convenções e obrigações da sociedade. ",
"Atingir o verdadeiro prazer como o princípio e o fim da vida feliz. ",
"Defender a indiferença e a impossibilidade de obter alguma certeza. ",
"Aceitar o determinismo e ocupar-se com a esperança transcendente. ",
"Agir de forma virtuosa e sábia a fim de enaltecer o homem bom e belo. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
C
| null |
2016_35
| 35 |
2016
|
2016
| null |
O conceito de função social da cidade incorpora a organização do espaço físico como fruto da regulação social, isto é, a cidade deve contemplar todos os seus moradores e não somente aqueles que estão no mercado formal da produção capitalista da cidade. A tradição dos códigos de edificação, uso e ocupação do solo no Brasil sempre partiram do pressuposto de que a cidade não tem divisões entre os incluídos e os excluídos socialmente. QUINTO JR., L. P. Nova legislação urbana e os velhos fantasmas. Estudos Avançados (USP), n. 47, 2003 (adaptado).
Uma política governamental que contribui para viabilizar a função social da cidade, nos moldes indicados no texto, é a
|
{
"text": [
"qualificação de serviços públicos em bairros periféricos. ",
"implantação de centros comerciais em eixos rodoviários. ",
"proibição de construções residenciais em regiões íngremes. ",
"disseminação de equipamentos culturais em locais turísticos. ",
"desregulamentação do setor imobiliário em áreas favelizadas. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
A
| null |
2016_36
| 36 |
2016
|
2016
| null |
O bioma Cerrado foi considerado recentemente um dos 25 hotspots de biodiversidade do mundo, segundo uma análise em escala mundial das regiões biogeográficas sobre áreas globais prioritárias para conservação. O conceito de hotspot foi criado tendo em vista a escassez de recursos direcionados para conservação, com o objetivo de apresentar os chamados “pontos quentes”, ou seja, locais para os quais existe maior necessidade de direcionamento de esforços, buscando evitar a extinção de muitas espécies que estão altamente ameaçadas por ações antrópicas. PINTO, P. P.; DINIZ-FILHO, J. A. F. In: ALMEIDA, M. G. (Org.). Tantos cerrados: múltiplas abordagens sobre a biogeodiversidade e singularidade cultural. Goiânia: Vieira, 2005 (adaptado).
A necessidade desse tipo de ação na área mencionada tem como causa a
|
{
"text": [
"intensificação da atividade turística. ",
"implantação de parques ecológicos. ",
"exploração dos recursos minerais. ",
"elevação do extrativismo vegetal. ",
"expansão da fronteira agrícola. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
E
| null |
2016_37
| 37 |
2016
|
2016
| null |
A democracia deliberativa afirma que as partes do conflito político devem deliberar entre si e, por meio de argumentação razoável, tentar chegar a um acordo sobre as políticas que seja satisfatório para todos. A democracia ativista desconfia das exortações à deliberação por acreditar que, no mundo real da política, onde as desigualdades estruturais influenciam procedimentos e resultados, processos democráticos que parecem cumprir as normas de deliberação geralmente tendem a beneficiar os agentes mais poderosos. Ela recomenda, portanto, que aqueles que se preocupam com a promoção de mais justiça devem realizar principalmente a atividade de oposição crítica, em vez de tentar chegar a um acordo com quem sustenta estruturas de poder existentes ou delas se beneficia. YOUNG, I. M. Desafios ativistas à democracia deliberativa. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 13, jan.-abr. 2014.
As concepções de democracia deliberativa e de democracia ativista apresentadas no texto tratam como imprescindíveis, respectivamente,
|
{
"text": [
"a decisão da maioria e a uniformização de direitos. ",
"a organização de eleições e o movimento anarquista. ",
"a obtenção do consenso e a mobilização das minorias. ",
"a fragmentação da participação e a desobediência civil. ",
"a imposição de resistência e o monitoramento da liberdade. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
C
| null |
2016_38
| 38 |
2016
|
2016
| null |
A promessa da tecnologia moderna se converteu em uma ameaça, ou esta se associou àquela de forma indissolúvel. Ela vai além da constatação da ameaça física. Concebida para a felicidade humana, a submissão da natureza, na sobremedida de seu sucesso, que agora se estende à própria natureza do homem, conduziu ao maior desafio já posto ao ser humano pela sua própria ação. O novo continente da práxis coletiva que adentramos com a alta tecnologia ainda constitui, para a teoria ética, uma terra de ninguém. JONAS, H. O princípio da responsabilidade. Rio de Janeiro: Contraponto; Editora PUC-Rio, 2011 (adaptado).
As implicações éticas da articulação apresentada no texto impulsionam a necessidade de construção de um novo padrão de comportamento, cujo objetivo consiste em garantir o(a)
|
{
"text": [
"pragmatismo da escolha individual. ",
"sobrevivência de gerações futuras. ",
"fortalecimento de políticas liberais. ",
"valorização de múltiplas etnias. ",
"promoção da inclusão social. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
B
| null |
2016_39
| 39 |
2016
|
2016
| null |
TEXTO I Imagem de São Benedito. Disponível em: http://acervo.bndigital.bn.br. Acesso em: 6 jan. 2016 (adaptado). TEXTO II Os santos tornaram-se grandes aliados da Igreja para atrair novos devotos, pois eram obedientes a Deus e ao poder clerical. Contando e estimulando o conhecimento sobre a vida dos santos, a Igreja transmitia aos fiéis os ensinamentos que julgava corretos e que deviam ser imitados por escravos que, em geral, traziam outras crenças de suas terras de origem, muito diferentes das que preconizava a fé católica. OLIVEIRA, A. J. Negra devoção. Revista de História da Biblioteca Nacional, n. 20, maio 2007 (adaptado).
Posteriormente ressignificados no interior de certas irmandades e no contato com outra matriz religiosa, o ícone e a prática mencionada no texto estiveram desde o século XVII relacionados a um esforço da Igreja Católica para
|
{
"text": [
"reduzir o poder das confrarias. ",
"cristianizar a população afro-brasileira. ",
"espoliar recursos materiais dos cativos. ",
"recrutar libertos para seu corpo eclesiástico. ",
"atender a demanda popular por padroeiros locais. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
B
| null |
2016_40
| 40 |
2016
|
2016
| null |
Participei de uma entrevista com o músico Renato Teixeira. Certa hora, alguém pediu para listar as diferenças entre a música sertaneja antiga e a atual. A resposta dele surpreendeu a todos: “Não há diferença alguma. A música caipira sempre foi a mesma. É uma música que espelha a vida do homem no campo, e a música não mente. O que mudou não foi a música, mas a vida no campo”. Faz todo sentido: a música caipira de raiz exalava uma solidão, um certo distanciamento do país “moderno”. Exigir o mesmo de uma música feita hoje, num interior conectado, globalizado e rico como o que temos, é impossível. Para o bem ou para o mal, a música reflete seu próprio tempo. BARCINSKI, A. Mudou a música ou mudaram os caipiras? Folha de São Paulo, 4 jun. 2012 (adaptado).
A questão cultural indicada no texto ressalta o seguinte aspecto socioeconômico do atual campo brasileiro:
|
{
"text": [
"Crescimento do sistema de produção extensiva. ",
"Expansão de atividades das novas ruralidades. ",
"Persistência de relações de trabalho compulsório. ",
"Contenção da política de subsídios agrícolas. ",
"Fortalecimento do modelo de organização cooperativa. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
B
| null |
2016_42
| 42 |
2016
|
2016
| null |
Nunca nos tornaremos matemáticos, por exemplo, embora nossa memória possua todas as demonstrações feitas por outros, se nosso espírito não for capaz de resolver toda espécie de problemas; não nos tornaríamos filósofos, por ter lido todos os raciocínios de Platão e Aristóteles, sem poder formular um juízo sólido sobre o que nos é proposto. Assim, de fato, pareceríamos ter aprendido, não ciências, mas histórias. DESCARTES, R. Regras para a orientação do espírito. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
Em sua busca pelo saber verdadeiro, o autor considera o conhecimento, de modo crítico, como resultado da
|
{
"text": [
"investigação de natureza empírica. ",
"retomada da tradição intelectual. ",
"imposição de valores ortodoxos. ",
"autonomia do sujeito pensante. ",
"liberdade do agente moral. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
D
| null |
2016_43
| 43 |
2016
|
2016
| null |
Pois quem seria tão inútil ou indolente a ponto de não desejar saber como e sob que espécie de constituição os romanos conseguiram em menos de cinquenta e três anos submeter quase todo o mundo habitado ao seu governo exclusivo — fato nunca antes ocorrido? Ou, em outras palavras, quem seria tão apaixonadamente devotado a outros espetáculos ou estudos a ponto de considerar qualquer outro objetivo mais importante que a aquisição desse conhecimento? POLÍBIO. História. Brasília: Editora UnB, 1985.
A experiência a que se refere o historiador Políbio, nesse texto escrito no século II a.C., é a
|
{
"text": [
"ampliação do contingente de camponeses livres. ",
"consolidação do poder das falanges hoplitas. ",
"concretização do desígnio imperialista. ",
"adoção do monoteísmo cristão. ",
"libertação do domínio etrusco. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
C
| null |
2016_45
| 45 |
2016
|
2016
| null |
TEXTO I Fragmento B91: Não se pode banhar duas vezes no mesmo rio, nem substância mortal alcançar duas vezes a mesma condição; mas pela intensidade e rapidez da mudança, dispersa e de novo reúne. HERÁCLITO. Fragmentos (Sobre a natureza). São Paulo: Abril Cultural, 1996 (adaptado). TEXTO II Fragmento B8: São muitos os sinais de que o ser é ingênito e indestrutível, pois é compacto, inabalável e sem fim; não foi nem será, pois é agora um todo homogêneo, uno, contínuo. Como poderia o que é perecer? Como poderia gerar-se? PARMÊNIDES. Da natureza. São Paulo: Loyola, 2002 (adaptado).
Os fragmentos do pensamento pré-socrático expõem uma oposição que se insere no campo das
|
{
"text": [
"investigações do pensamento sistemático. ",
"preocupações do período mitológico. ",
"discussões de base ontológica. ",
"habilidades da retórica sofística. ",
"verdades do mundo sensível. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
C
| null |
2016_48
| 48 |
2016
|
2016
| null |
A vegetação apresenta adaptações ao ambiente, como plantas arbóreas e arbustivas com raízes que se expandem horizontalmente, permitindo forte ancoragem no substrato lamacento; raízes que se expandem verticalmente, por causa da baixa oxigenação do substrato; folhas que têm glândulas para eliminar o excesso de sais; folhas que podem apresentar cutícula espessa para reduzir a perda de água por evaporação.
As características descritas referem-se a plantas adaptadas ao bioma:
|
{
"text": [
"Cerrado. ",
"Pampas. ",
"Pantanal. ",
"Manguezal. ",
"Mata de Cocais. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
D
| null |
2016_49
| 49 |
2016
|
2016
| null |
Uma pessoa é responsável pela manutenção de uma sauna úmida. Todos os dias cumpre o mesmo ritual: colhe folhas de capim-cidreira e algumas folhas de eucalipto. Em seguida, coloca as folhas na saída do vapor da sauna, aromatizando-a, conforme representado na figura.
Qual processo de separação é responsável pela aromatização promovida?
|
{
"text": [
"Filtração simples. ",
"Destilação simples. ",
"Extração por arraste. ",
"Sublimação fracionada. ",
"Decantação sólido-líquido. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
C
| null |
2016_50
| 50 |
2016
|
2016
| null |
Os ecossistemas degradados por intensa atividade agrícola apresentam, geralmente, diminuição de sua diversidade e perda de sua estabilidade. Nesse contexto, o uso integrado de árvores aos sistemas agrícolas (sistemas agroflorestais) pode cumprir um papel inovador ao buscar a aceleração do processo sucessional e, ao mesmo tempo, uma produção escalonada e diversificada. Disponível em: saf.cnpgc.embrapa.br. Acesso em: 21 jan. 2012 (adaptado).
Essa é uma estratégia de conciliação entre recuperação ambiental e produção agrícola, pois
|
{
"text": [
"substitui gradativamente as espécies cultiváveis por espécies arbóreas. ",
"intensifica a fertilização do solo com o uso de técnicas apropriadas e biocidas. ",
"promove maior diversidade de vida no solo com o aumento da matéria orgânica. ",
"favorece a dispersão das sementes cultivadas pela fauna residente nas áreas florestais. ",
"cria condições para o estabelecimento de espécies pioneiras com a diminuição da insolação sobre o solo. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
C
| null |
2016_53
| 53 |
2016
|
2016
| null |
Ao percorrer o trajeto de uma cadeia alimentar, o carbono, elemento essencial e majoritário da matéria orgânica que compõe os indivíduos, ora se encontra em sua forma inorgânica, ora se encontra em sua forma orgânica. Em uma cadeia alimentar composta por fitoplâncton, zooplâncton, moluscos, crustáceos e peixes ocorre a transição desse elemento da forma inorgânica para a orgânica.
Em qual grupo de organismos ocorre essa transição?
|
{
"text": [
"Fitoplâncton. ",
"Zooplâncton. ",
"Moluscos. ",
"Crustáceos. ",
"Peixes. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
A
| null |
2016_55
| 55 |
2016
|
2016
| null |
As proteínas de uma célula eucariótica possuem peptídeos sinais, que são sequências de aminoácidos responsáveis pelo seu endereçamento para as diferentes organelas, de acordo com suas funções. Um pesquisador desenvolveu uma nanopartícula capaz de carregar proteínas para dentro de tipos celulares específicos. Agora ele quer saber se uma nanopartícula carregada com uma proteína bloqueadora do ciclo de Krebs in vitro é capaz de exercer sua atividade em uma célula cancerosa, podendo cortar o aporte energético e destruir essas células.
Ao escolher essa proteína bloqueadora para carregar as nanopartículas, o pesquisador deve levar em conta um peptídeo sinal de endereçamento para qual organela?
|
{
"text": [
"Núcleo. ",
"Mitocôndria. ",
"Peroxissomo. ",
"Complexo golgiense. ",
"Retículo endoplasmático. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
B
| null |
2016_56
| 56 |
2016
|
2016
| null |
O morcego emite pulsos de curta duração de ondas ultrassônicas, os quais voltam na forma de ecos após atingirem objetos no ambiente, trazendo informações a respeito das suas dimensões, suas localizações e dos seus possíveis movimentos. Isso se dá em razão da sensibilidade do morcego em detectar o tempo gasto para os ecos voltarem, bem como das pequenas variações nas frequências e nas intensidades dos pulsos ultrassônicos. Essas características lhe permitem caçar pequenas presas mesmo quando estão em movimento em relação a si. Considere uma situação unidimensional em que uma mariposa se afasta, em movimento retilíneo e uniforme, de um morcego em repouso.
A distância e velocidade da mariposa, na situação descrita, seriam detectadas pelo sistema de um morcego por quais alterações nas características dos pulsos ultrassônicos?
|
{
"text": [
"Intensidade diminuída, o tempo de retorno aumentado e a frequência percebida diminuída. ",
"Intensidade aumentada, o tempo de retorno diminuído e a frequência percebida diminuída. ",
"Intensidade diminuída, o tempo de retorno diminuído e a frequência percebida aumentada. ",
"Intensidade diminuída, o tempo de retorno aumentado e a frequência percebida aumentada. ",
"Intensidade aumentada, o tempo de retorno aumentado e a frequência percebida aumentada. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
A
| null |
2016_60
| 60 |
2016
|
2016
| null |
A coleta das fezes dos animais domésticos em sacolas plásticas e o seu descarte em lixeiras convencionais podem criar condições de degradação que geram produtos prejudiciais ao meio ambiente (Figura 1). A Figura 2 ilustra o Projeto ParK SparK, desenvolvido em Cambridge, MA (EUA), em que as fezes dos animais domésticos são recolhidas em sacolas biodegradáveis e jogadas em um biodigestor instalado em parques públicos; e os produtos são utilizados em equipamentos no próprio parque. Disponível em: http://parKsparKproject.com. Acesso em: 30 ago. 2013 (adaptado).
Uma inovação desse projeto é possibilitar o(a)
|
{
"text": [
"queima de gás metano. ",
"armazenamento de gás carbônico. ",
"decomposição aeróbica das fezes. ",
"uso mais efi ciente de combustíveis fósseis. ",
"fixação de carbono em moléculas orgânicas. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
A
| null |
2016_58
| 58 |
2016
|
2016
| null |
Em sua formulação, o spray de pimenta contém porcentagens variadas de oleorresina de Capsicum, cujo princípio ativo é a capsaicina, e um solvente (um álcool como etanol ou isopropanol). Em contato com os olhos, pele ou vias respiratórias, a capsaicina causa um efeito infl amatório que gera uma sensação de dor e ardor, levando à cegueira temporária. O processo é desencadeado pela liberação de neuropeptídios das terminações nervosas. Como funciona o gás de pimenta. Disponível em: http://pessoas.hsw.uol.com.br. Acesso em: 1 mar. 2012 (adaptado).
Quando uma pessoa é atingida com o spray de pimenta nos olhos ou na pele, a lavagem da região atingida com água é ineficaz porque a
|
{
"text": [
"reação entre etanol e água libera calor, intensificando o ardor. ",
"solubilidade do princípio ativo em água é muito baixa, dificultando a sua remoção. ",
"permeabilidade da água na pele é muito alta, não permitindo a remoção do princípio ativo. ",
"solubilização do óleo em água causa um maior espalhamento além das áreas atingidas. ",
"ardência faz evaporar rapidamente a água, não permitindo que haja contato entre o óleo e o solvente. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
B
| null |
2016_59
| 59 |
2016
|
2016
| null |
A usina de Itaipu é uma das maiores hidrelétricas do mundo em geração de energia. Com 20 unidades geradoras e 14000 MW de potência total instalada, apresenta uma queda de 118,4 m e vazão nominal de 690 m³/s por unidade geradora. O cálculo da potência teórica leva em conta a altura da massa de água represada pela barragem, a gravidade local (10 m/s²) e a densidade da água (1 000 Kg/m³). A diferença entre a potência teórica e a instalada é a potência não aproveitada. Disponível em: www.itaipu.gov.br. Acesso em: 11 maio 2013 (adaptado).
Qual é a potência, em MW, não aproveitada em cada unidade geradora de Itaipu?
|
{
"text": [
"0 ",
"1,18 ",
"116,96 ",
"816,96 ",
"13 183,04 "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
C
| null |
2016_62
| 62 |
2016
|
2016
| null |
O carvão ativado é um material que possui elevado teor de carbono, sendo muito utilizado para a remoção de compostos orgânicos voláteis do meio, como o benzeno. Para a remoção desses compostos, utiliza-se a adsorção. Esse fenômeno ocorre por meio de interações do tipo intermoleculares entre a superfície do carvão (adsorvente) e o benzeno (adsorvato, substância adsorvida).
No caso apresentado, entre o adsorvente e a substância adsorvida ocorre a formação de:
|
{
"text": [
"Ligações dissulfeto. ",
"Ligações covalentes. ",
"Ligações de hidrogênio. ",
"Interações dipolo induzido – dipolo induzido. ",
"Interações dipolo permanente – dipolo permanente. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
D
| null |
2016_63
| 63 |
2016
|
2016
| null |
Portadores de diabetes insipidus reclamam da confusão feita pelos profissionais da saúde quanto aos dois tipos de diabetes: mellitus e insipidus. Enquanto o primeiro tipo está associado aos níveis ou à ação da insulina, o segundo não está ligado à deficiência desse hormônio. O diabetes insipidus é caracterizado por um distúrbio na produção ou no funcionamento do hormônio antidiurético (na sigla em inglês, ADH), secretado pela neuro-hipófise para controlar a reabsorção de água pelos túbulos renais.
Tendo em vista o papel funcional do ADH, qual é um sintoma clássico de um paciente acometido por diabetes insipidus?
|
{
"text": [
"Alta taxa de glicose no sangue. ",
"Aumento da pressão arterial. ",
"Ganho de massa corporal. ",
"Anemia crônica. ",
"Desidratação. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
E
| null |
2016_64
| 64 |
2016
|
2016
| null |
A magnetohipertermia é um procedimento terapêutico que se baseia na elevação da temperatura das células de uma região específica do corpo que estejam afetadas por um tumor. Nesse tipo de tratamento, nanopartículas magnéticas são fagocitadas pelas células tumorais, e um campo magnético alternado externo é utilizado para promover a agitação das nanopartículas e consequente aquecimento da célula.
A elevação de temperatura descrita ocorre porque
|
{
"text": [
"o campo magnético gerado pela oscilação das nanopartículas é absorvido pelo tumor. ",
"o campo magnético alternado faz as nanopartículas girarem, transferindo calor por atrito. ",
"as nanopartículas interagem magneticamente com as células do corpo, transferindo calor. ",
"o campo magnético alternado fornece calor para as nanopartículas que o transfere às células do corpo. ",
"as nanopartículas são aceleradas em um único sentido em razão da interação com o campo magnético, fazendo-as colidir com as células e transferir calor. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
B
| null |
2016_66
| 66 |
2016
|
2016
| null |
Apesar da grande diversidade biológica, a hipótese de que a vida na Terra tenha tido uma única origem comum é aceita pela comunidade científica. Uma evidência que apoia essa hipótese é a observação de processos biológicos comuns a todos os seres vivos atualmente existentes.
Um exemplo de tal processo é o(a)
|
{
"text": [
"desenvolvimento embrionário. ",
"reprodução sexuada. ",
"respiração aeróbica. ",
"excreção urinária. ",
"síntese proteica. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
E
| null |
2016_69
| 69 |
2016
|
2016
| null |
O trilho de ar é um dispositivo utilizado em laboratórios de física para analisar movimentos em que corpos de prova (carrinhos) podem se mover com atrito desprezível. A figura ilustra um trilho horizontal com dois carrinhos (1 e 2) em que se realiza um experimento para obter a massa do carrinho 2. No instante em que o carrinho 1, de massa 150,0 g, passa a se mover com velocidade escalar constante, o carrinho 2 está em repouso. No momento em que o carrinho 1 se choca com o carrinho 2, ambos passam a se movimentar juntos com velocidade escalar constante. Os sensores eletrônicos distribuídos ao longo do trilho determinam as posições e registram os instantes associados à passagem de cada carrinho, gerando os dados do quadro.
Com base nos dados experimentais, o valor da massa do carrinho 2 é igual a
|
{
"text": [
"50,0 g. ",
"250,0 g. ",
"300,0 g. ",
"450,0 g. ",
"600,0 g. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
C
| null |
2016_72
| 72 |
2016
|
2016
| null |
Uma invenção que significou um grande avanço tecnológico na Antiguidade, a polia composta ou a associação de polias, é atribuída a Arquimedes (287 a.C. a 212 a.C.). O aparato consiste em associar uma série de polias móveis a uma polia fixa. A figura exemplifica um arranjo possível para esse aparato. É relatado que Arquimedes teria demonstrado para o rei Hierão um outro arranjo desse aparato, movendo sozinho, sobre a areia da praia, um navio repleto de passageiros e cargas, algo que seria impossível sem a participação de muitos homens. Suponha que a massa do navio era de 3 000 Kg, que o coeficiente de atrito estático entre o navio e a areia era de 0,8 e que Arquimedes tenha puxado o navio com uma força F, paralela à direção do movimento e de módulo igual a 400 N. Considere os fios e as polias ideais, a aceleração da gravidade igual a 10 m/s² e que a superfície da praia é perfeitamente horizontal. Disponível em: www.histedbr.fae.unicamp.br. Acesso em: 28 fev. 2013 (adaptado).
O número mínimo de polias móveis usadas, nessa situação, por Arquimedes foi
|
{
"text": [
"3. ",
"6. ",
"7. ",
"8. ",
"10. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
B
| null |
2016_73
| 73 |
2016
|
2016
| null |
O Brasil possui um grande número de espécies distintas entre animais, vegetais e microrganismos envoltos em uma imensa complexidade e distribuídas em uma grande variedade de ecossistemas. SANDES, A. R. R.; BLASI, G. Biodiversidade e diversidade química e genética. Disponível em: http://novastecnologias.com.br. Acesso em: 22 set. 2015 (adaptado). O incremento da variabilidade ocorre em razão da permuta genética, a qual propicia a troca de segmentos entre cromátides não irmãs na meiose.
Essa troca de segmentos é determinante na
|
{
"text": [
"produção de indivíduos mais férteis. ",
"transmissão de novas características adquiridas. ",
"recombinação genética na formação dos gametas. ",
"ocorrência de mutações somáticas nos descendentes. ",
"variação do número de cromossomos característico da espécie. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
C
| null |
2016_74
| 74 |
2016
|
2016
| null |
Num experimento, um professor deixa duas bandejas de mesma massa, uma de plástico e outra de alumínio, sobre a mesa do laboratório. Após algumas horas, ele pede aos alunos que avaliem a temperatura das duas bandejas, usando para isso o tato. Seus alunos afirmam, categoricamente, que a bandeja de alumínio encontra-se numa temperatura mais baixa. Intrigado, ele propõe uma segunda atividade, em que coloca um cubo de gelo sobre cada uma das bandejas, que estão em equilíbrio térmico com o ambiente, e os questiona em qual delas a taxa de derretimento do gelo será maior.
O aluno que responder corretamente ao questionamento do professor dirá que o derretimento ocorrerá
|
{
"text": [
"mais rapidamente na bandeja de alumínio, pois ela tem uma maior condutividade térmica que a de plástico. ",
"mais rapidamente na bandeja de plástico, pois ela tem inicialmente uma temperatura mais alta que a de alumínio. ",
"mais rapidamente na bandeja de plástico, pois ela tem uma maior capacidade térmica que a de alumínio. ",
"mais rapidamente na bandeja de alumínio, pois ela tem um calor específico menor que a de plástico. ",
"com a mesma rapidez nas duas bandejas, pois apresentarão a mesma variação de temperatura. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
A
| null |
2016_75
| 75 |
2016
|
2016
| null |
O esquema representa, de maneira simplificada, o processo de produção de etanol utilizando milho como matéria-prima.
A etapa de hidrólise na produção de etanol a partir do milho é fundamental para que
|
{
"text": [
"a glicose seja convertida em sacarose. ",
"as enzimas dessa planta sejam ativadas. ",
"a maceração favoreça a solubilização em água. ",
"o amido seja transformado em substratos utilizáveis pela levedura. ",
"os grãos com diferentes composições químicas sejam padronizados. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
D
| null |
2016_76
| 76 |
2016
|
2016
| null |
Durante a primeira fase do projeto de uma usina de geração de energia elétrica, os engenheiros da equipe de avaliação de impactos ambientais procuram saber se esse projeto está de acordo com as normas ambientais. A nova planta estará localizada à beira de um rio, cuja temperatura média da água é de 25 °C, e usará a sua água somente para refrigeração. O projeto pretende que a usina opere com 1,0 MW de potência elétrica e, em razão de restrições técnicas, o dobro dessa potência será dissipada por seu sistema de arrefecimento, na forma de calor. Para atender a resolução número 430, de 13 de maio de 2011, do Conselho Nacional do Meio Ambiente, com uma ampla margem de segurança, os engenheiros determinaram que a água só poderá ser devolvida ao rio com um aumento de temperatura de, no máximo, 3 °C em relação à temperatura da água do rio captada pelo sistema de arrefecimento. Considere o calor específico da água igual a 4 KJ/(Kg ºC).
Para atender essa determinação, o valor mínimo do fluxo de água, em Kg/s, para a refrigeração da usina deve ser mais próximo de
|
{
"text": [
"42. ",
"84. ",
"167. ",
"250. ",
"500. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
C
| null |
2016_79
| 79 |
2016
|
2016
| null |
A formação de coágulos sanguíneos em veias e artérias é um dos fatores responsáveis pela ocorrência de doenças cardiovasculares, como varizes, infarto e acidentes vasculares cerebrais. A prevenção e o tratamento dessas doenças podem ser feitos com drogas anticoagulantes. A indústria farmacêutica estimula a pesquisa de toxinas animais com essa propriedade.
Considerando as adaptações relacionadas aos hábitos alimentares, os animais adequados ao propósito dessas pesquisas são os(as)
|
{
"text": [
"moluscos fitófagos. ",
"moscas saprófagas. ",
"pássaros carnívoros. ",
"morcegos frugívoros. ",
"mosquitos hematófagos. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
E
| null |
2016_82
| 82 |
2016
|
2016
| null |
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (na sigla em inglês, IPCC) prevê que nas próximas décadas o planeta passará por mudanças climáticas e propõe estratégias de mitigação e adaptação a elas. As estratégias de mitigação são direcionadas à causa dessas mudanças, procurando reduzir a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. As estratégias de adaptação, por sua vez, são direcionadas aos efeitos dessas mudanças, procurando preparar os sistemas humanos às mudanças climáticas já em andamento, de modo a reduzir seus efeitos negativos. IPCC, 2014. Climate Change 2014: synthesis report. Disponível em: http://ar5-syr.ipcc.ch. Acesso em: 22 out. 2015 (adaptado).
Considerando as informações do texto, qual ação representa uma estratégia de adaptação?
|
{
"text": [
"Construção de usinas eólicas. ",
"Tratamento de resíduos sólidos. ",
"Aumento da eficiência dos veículos. ",
"Adoção de agricultura sustentável de baixo carbono. ",
"Criação de diques de contenção em regiões costeiras. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
E
| null |
2016_83
| 83 |
2016
|
2016
| null |
Primeiro, em relação àquilo a que chamamos água, quando congela, parece-nos estar a olhar para algo que se tornou pedra ou terra, mas quando derrete e se dispersa, esta torna-se bafo e ar; o ar, quando é queimado, torna-se fogo; e, inversamente, o fogo, quando se contrai e se extingue, regressa à forma do ar; o ar, novamente concentrado e contraído, torna-se nuvem e nevoeiro, mas, a partir destes estados, se for ainda mais comprimido, torna-se água corrente, e de água torna-se novamente terra e pedras; e deste modo, como nos parece, dão geração uns aos outros de forma cíclica. PLATÃO. Timeu-Crítias. Coimbra: CECH, 2011.
Do ponto de vista da ciência moderna, os “quatro elementos” descritos por Platão correspondem, na verdade, às fases sólida, líquida, gasosa e plasma da matéria. As transições entre elas são hoje entendidas como consequências macroscópicas de transformações sofridas pela matéria em escala microscópica. Excetuando-se a fase de plasma, essas transformações sofridas pela matéria, em nível microscópico, estão associadas a uma
|
{
"text": [
"troca de átomos entre as diferentes moléculas do material. ",
"transmutação nuclear dos elementos químicos do material. ",
"redistribuição de prótons entre os diferentes átomos do material. ",
"mudança na estrutura espacial formada pelos diferentes constituintes do material. ",
"alteração nas proporções dos diferentes isótopos de cada elemento presente no material. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
D
| null |
2016_85
| 85 |
2016
|
2016
| null |
Recentemente um estudo feito em campos de trigo mostrou que níveis elevados de dióxido de carbono na atmosfera prejudicam a absorção de nitrato pelas plantas. Consequentemente, a qualidade nutricional desses alimentos pode diminuir à medida que os níveis de dióxido de carbono na atmosfera atingirem as estimativas para as próximas décadas. BLOOM, A. J. et al. Nitrate assimilation is inhibited by elevated CO2 in field-grown wheat. Nature Climate Change, n. 4, abr. 2014 (adaptado).
Nesse contexto, a qualidade nutricional do grão de trigo será modificada primariamente pela redução de
|
{
"text": [
"amido. ",
"frutose. ",
"lipídeos. ",
"celulose. ",
"proteínas. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
E
| null |
2016_86
| 86 |
2016
|
2016
| null |
Pesquisadores recuperaram DNA de ossos de mamute (Mammuthus primigenius) encontrados na Sibéria, que tiveram sua idade de cerca de 28 mil anos confirmada pela técnica do carbono-14. FAPESP. DNA de mamute é revelado. Disponível em: http://agencia.fapesp.br. Acesso em: 13 ago. 2012 (adaptado).
A técnica de datação apresentada no texto só é possível devido à
|
{
"text": [
"proporção conhecida entre carbono-14 e carbono-12 na atmosfera ao longo dos anos. ",
"decomposição de todo o carbono-12 presente no organismo após a morte. ",
"fixação maior do carbono-14 nos tecidos de organismos após a morte. ",
"emissão de carbono-12 pelos tecidos de organismos após a morte. ",
"transformação do carbono-12 em carbono-14 ao longo dos anos. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
A
| null |
2016_84
| 84 |
2016
|
2016
| null |
Para cada litro de etanol produzido em uma indústria de cana-de-açúcar são gerados cerca de 18 L de vinhaça que é utilizada na irrigação das plantações de cana-de-açúcar, já que contém teores médios de nutrientes N, P e K iguais a 357 mg/L, 60 mg/L e 2034 mg/L, respectivamente. SILVA, M. A. S.; GRIEBELER, N. P.; BORGES, L. C. Uso de vinhaça e impactos nas propriedades do solo e lençol freático. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, n. 1, 2007 (adaptado).
Na produção de 27000 L de etanol, a quantidade total de fósforo, em Kg, disponível na vinhaça será mais próxima de
|
{
"text": [
"1. ",
"29. ",
"60. ",
"170. ",
"1000. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
B
| null |
2016_87
| 87 |
2016
|
2016
| null |
A figura ilustra o movimento da seiva xilêmica em uma planta. CORREIA, S. Teoria da tensão-coesão-adesão. Revista de Ciência Elementar, n. 1, 2014 (adaptado). Mesmo que essa planta viesse a sofrer ação contínua do vento e sua copa crescesse voltada para baixo, essa seiva continuaria naturalmente seu percurso.
O que garante o transporte dessa seiva é a
|
{
"text": [
"gutação. ",
"gravidade. ",
"respiração. ",
"fotossíntese. ",
"transpiração. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
E
| null |
2016_88
| 88 |
2016
|
2016
| null |
Nucleófilos (Nu-) são bases de Lewis que reagem com haletos de alquila, por meio de uma reação chamada substituição nucleofílica (Sn), como mostrado no esquema: <math xmlns="http://www.w3.org/1998/Math/MathML"><mi>R</mi><mo>—</mo><mi>X</mi><mo>+</mo><mi>N</mi><msup><mi>u</mi><mo>-</mo></msup><mo>→</mo><mi>R</mi><mo>—</mo><mi>N</mi><mi>u</mi><mo>+</mo><msup><mi>X</mi><mo>-</mo></msup></math> (R = grupo alquila e X = halogênio)
A reação de Sn entre metóxido de sódio (Nu-=CH3O-) e brometo de metila fornece um composto orgânico pertencente à função
|
{
"text": [
"éter. ",
"éster. ",
"álcool. ",
"haleto. ",
"hidrocarboneto. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
A
| null |
2016_96
| 96 |
2016
|
2016
| null |
Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É, a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significado, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que o seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a essa leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo uma outra não prevista. LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 1993.
Nesse texto, a autora apresenta reflexões sobre o processo de produção de sentidos, valendo-se da metalinguagem. Essa função da linguagem torna-se evidente pelo fato de o texto
|
{
"text": [
"ressaltar a importância da intertextualidade. ",
"propor leituras diferentes das previsíveis. ",
"apresentar o ponto de vista da autora. ",
"discorrer sobre o ato de leitura. ",
"focar a participação do leitor. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
D
| null |
2016_97
| 97 |
2016
|
2016
| null |
A ÁGUA INVISÍVEL Cada quilo de carne bovina, por exem plo, exige em média 15 mil litros de água para ser produzido — desde a produção do alimento do gado até a lim peza de seus dejetos. O Brasil é um grande exportador de água na forma de soja e cereais. Assim com o a água corresponde a até 70% do nosso peso, ela tam bém compõe muito daquilo que comemos, vestimos e usamos, ainda que indiretamente. ECONOMIZAR BENS DE CONSUMO E EVITAR O DESPERDÍCIO TAMBÉM É POUPAR ÁGUA. National Geographic Brasil, n. 151, out. 2012 (adaptado).
Nessa campanha publicitária, para estimular a economia de água, o leitor é incitado a
|
{
"text": [
"adotar práticas de consumo consciente. ",
"alterar hábitos de higienização pessoal e residencial. ",
"contrapor-se a formas indiretas de exportação de água. ",
"optar por vestuário produzido com matéria-prima reciclável. ",
"conscientizar produtores rurais sobre os custos de produção. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
A
| null |
2016_98
| 98 |
2016
|
2016
| null |
Até que ponto replicar conteúdo é crime? “A internet e a pirataria são inseparáveis”, diz o diretor do instituto de pesquisas americano Social Science Research Council. “Há uma infraestrutura pequena para controlar quem é o dono dos arquivos que circulam na rede. Isso acabou com o controle sobre a propriedade e tem sido descrito como pirataria, mas é inerente à tecnologia”, afirma o diretor. O ato de distribuir cópias de um trabalho sem a autorização dos seus produtores pode, sim, ser considerado crime, mas nem sempre essa distribuição gratuita lesa os donos dos direitos autorais. Pelo contrário. Veja o caso do livro O alquimista, do escritor Paulo Coelho. Após publicar, para download gratuito, uma versão traduzida da obra em seu blog, Coelho viu as vendas do livro em papel explodirem. BARRETO, J.; MORAES, M. A internet existe sem pirataria? Veja, n. 2 308, 13 fev. 2013 (adaptado).
De acordo com o texto, o impacto causado pela internet propicia a
|
{
"text": [
"banalização da pirataria na rede. ",
"adoção de medidas favoráveis aos editores. ",
"implementação de leis contra crimes eletrônicos. ",
"reavaliação do conceito de propriedade intelectual. ",
"ampliação do acesso a obras de autores reconhecidos. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
D
| null |
2016_99
| 99 |
2016
|
2016
| null |
Em casa, Hideo ainda podia seguir fiel ao imperador japonês e às tradições que trouxera no navio que aportara em Santos. […] Por isso Hideo exigia que, aos domingos, todos estivessem juntos durante o almoço. Ele se sentava à cabeceira da mesa; à direita ficava Hanashiro, que era o primeiro filho, e Hitoshi, o segundo, e à esquerda, Haruo, depois Hiroshi, que era o mais novo. […] A esposa, que também era mãe, e as filhas, que também eram irmãs, aguardavam de pé ao redor da mesa […]. Haruo reclamava, não se cansava de reclamar: que se sentassem também as mulheres à mesa, que era um absurdo aquele costume. Quando se casasse, se sentariam à mesa a esposa e o marido, um em frente ao outro, porque não era o homem melhor que a mulher para ser o primeiro […]. Elas seguiam de pé, a mãe um pouco cansada dos protestos do filho, pois o momento do almoço era sagrado, não era hora de levantar bandeiras inúteis […]. NAKASATO, O. Nihonjin. São Paulo: Benvirá, 2011 (fragmento).
Referindo-se a práticas culturais de origem nipônica, o narrador registra as reações que elas provocam na família e mostra um contexto em que
|
{
"text": [
"a obediência ao imperador leva ao prestígio pessoal. ",
"as novas gerações abandonam seus antigos hábitos. ",
"a refeição é o que determina a agregação familiar. ",
"os conflitos de gênero tendem a ser neutralizados. ",
"o lugar à mesa metaforiza uma estrutura de poder. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
E
| null |
2016_100
| 100 |
2016
|
2016
| null |
O hoax, como é chamado qualquer boato ou farsa na internet, pode espalhar vírus entre os seus contatos. Falsos sorteios de celulares ou frases que Clarice Lispector nunca disse são exemplos de hoax. Trata-se de boatos recebidos por e-mail ou compartilhados em redes sociais. Em geral, são mensagens dramáticas ou alarmantes que acompanham imagens chocantes, falam de crianças doentes ou avisam sobre falsos vírus. O objetivo de quem cria esse tipo de mensagem pode ser apenas se divertir com a brincadeira (de mau gosto), prejudicar a imagem de uma empresa ou espalhar uma ideologia política. Se o hoax for do tipo phishing (derivado de fishing, pescaria, em inglês) o problema pode ser mais grave: o usuário que clicar pode ter seus dados pessoais ou bancários roubados por golpistas. Por isso é tão importante ficar atento. VIMERCATE, N. Disponível em: www.techtudo.com.br. Acesso em: 1 maio 2013 (adaptado).
Ao discorrer sobre os hoaxes, o texto sugere ao leitor, como estratégia para evitar essa ameaça,
|
{
"text": [
"recusar convites de jogos e brincadeiras feitos pela internet. ",
"analisar a linguagem utilizada nas mensagens recebidas. ",
"classificar os contatos presentes em suas redes sociais. ",
"utilizar programas que identifiquem falsos vírus. ",
"desprezar mensagens que causem comoção. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
B
| null |
2016_102
| 102 |
2016
|
2016
| null |
PINHÃO sai ao mesmo tempo que BENONA entra. BENONA: Eurico, Eudoro Vicente está lá fora e quer falar com você. EURICÃO: Benona, minha irmã, eu sei que ele está lá fora, mas não quero falar com ele. BENONA: Mas Eurico, nós lhe devemos certas atenções. EURICÃO: Você, que foi noiva dele. Eu, não! BENONA: Isso são coisas passadas. EURICÃO: Passadas para você, mas o prejuízo foi meu. Esperava que Eudoro, com todo aquele dinheiro, se tornasse meu cunhado. Era uma boca a menos e um patrimônio a mais. E o peste me traiu. Agora, parece que ouviu dizer que eu tenho um tesouro. E vem louco atrás dele, sedento, atacado de verdadeira hidrofobia. Vive farejando ouro, como um cachorro da molest’a, como um urubu, atrás do sangue dos outros. Mas ele está enganado. Santo Antônio há de proteger minha pobreza e minha devoção. SUASSUNA, A. O santo e a porca. Rio de Janeiro: José Olympio, 2013 (fragmento).
Nesse texto teatral, o emprego das expressões “o peste” e “cachorro da molest'a” contribui para
|
{
"text": [
"marcar a classe social das personagens. ",
"caracterizar usos linguísticos de uma região. ",
"enfatizar a relação familiar entre as personagens. ",
"sinalizar a influência do gênero nas escolhas vocabulares. ",
"demonstrar o tom autoritário da fala de uma das personagens. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
B
| null |
2016_103
| 103 |
2016
|
2016
| null |
Soneto VII Onde estou? Este sítio desconheço: Quem fez tão diferente aquele prado? Tudo outra natureza tem tomado; E em contemplá-lo tímido esmoreço. Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço De estar a ela um dia reclinado: Ali em vale um monte está mudado: Quanto pode dos anos o progresso! Árvores aqui vi tão florescentes, Que faziam perpétua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. Eu me engano: a região esta não era; Mas que venho a estranhar, se estão presentes Meus males, com que tudo degenera! COSTA, C. M. Poemas. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 jul. 2012.
No soneto de Cláudio Manuel da Costa, a contemplação da paisagem permite ao eu lírico uma reflexão em que transparece uma
|
{
"text": [
"angústia provocada pela sensação de solidão. ",
"resignação diante das mudanças do meio ambiente. ",
"dúvida existencial em face do espaço desconhecido. ",
"intenção de recriar o passado por meio da paisagem. ",
"empatia entre os sofrimentos do eu e a agonia da terra. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
E
| null |
2016_104
| 104 |
2016
|
2016
| null |
Antiode Poesia, não será esse o sentido em que ainda te escrevo: flor! (Te escrevo: flor! Não uma flor, nem aquela flor-virtude - em disfarçados urinóis). Flor é a palavra flor; verso inscrito no verso, como as manhãs no tempo. Flor é o salto da ave para o voo: o salto fora do sono quando seu tecido se rompe; é uma explosão posta a funcionar, como uma máquina, uma jarra de flores. MELO NETO, J. C. Psicologia da composição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997 (fragmento).
A poesia é marcada pela recriação do objeto por meio da linguagem, sem necessariamente explicá-lo. Nesse fragmento de João Cabral de Melo Neto, poeta da geração de 1945, o sujeito lírico propõe a recriação poética de
|
{
"text": [
"uma palavra, a partir de imagens com as quais ela pode ser comparada, a fim de assumir novos significados. ",
"um urinol, em referência às artes visuais ligadas às vanguardas do início do século XX. ",
"uma ave, que compõe, com seus movimentos, uma imagem historicamente ligada à palavra poética. ",
"uma máquina, levando em consideração a relevância do discurso técnico-científico pós-Revolução Industrial. ",
"um tecido, visto que sua composição depende de elementos intrínsecos ao eu lírico. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
A
| null |
2016_105
| 105 |
2016
|
2016
| null |
Qual é a segurança do sangue? Para que o sangue esteja disponível para aqueles que necessitam, os indivíduos saudáveis devem criar o hábito de doar sangue e encorajar amigos e familiares saudáveis a praticarem o mesmo ato. A prática de selecionar criteriosamente os doadores, bem como as rígidas normas aplicadas para testar, transportar, estocar e transfundir o sangue doado fizeram dele um produto muito mais seguro do que já foi anteriormente. Apenas pessoas saudáveis e que não sejam de risco para adquirir doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue, como hepatites B e C, HIV, sífilis e Chagas, podem doar sangue. Se você acha que sua saúde ou comportamento pode colocar em risco a vida de quem for receber seu sangue, ou tem a real intenção de apenas realizar o teste para o vírus HIV, NÃO DOE SANGUE. Cumpre destacar que apesar de o sangue doado ser testado para as doenças transmissíveis conhecidas no momento, existe um período chamado de janela imunológica em que um doador contaminado por um determinado vírus pode transmitir a doença através do seu sangue. DA SUA HONESTIDADE DEPENDE A VIDA DE QUEM VAI RECEBER SEU SANGUE. Disponível em: www.prosangue.sp.gov.br. Acesso em: 24 abr. 2015 (adaptado).
Nessa campanha, as informações apresentadas têm como objetivo principal
|
{
"text": [
"conscientizar o doador de sua corresponsabilidade pela qualidade do sangue. ",
"garantir a segurança de pessoas de grupos de risco durante a doação de sangue. ",
"esclarecer o público sobre a segurança do processo de captação do sangue. ",
"alertar os doadores sobre as dificuldades enfrentadas na coleta de sangue. ",
"ampliar o número de doadores para manter o banco de sangue. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
A
| null |
2016_106
| 106 |
2016
|
2016
| null |
TEXTO I Entrevistadora — eu vou conversar aqui com a professora A. D. ... o português então não é uma língua difícil? Professora — olha se você parte do princípio… que a língua portuguesa não é só regras gramaticais… não se você se apaixona pela língua que você… já domina que você já fala ao chegar na escola se o teu professor cativa você a ler obras da literatura… obras da/ dos meios de comunicação… se você tem acesso a revistas… é... a livros didáticos… a... livros de literatura o mais formal o e/ o difícil é porque a escola transforma como eu já disse as aulas de língua portuguesa em análises gramaticais. TEXTO II Entrevistadora — Vou conversar com a professora A. D. O português é uma língua difícil? Professora — Não, se você parte do princípio que a língua portuguesa não é só regras gramaticais. Ao chegar à escola, o aluno já domina e fala a língua. Se o professor motivá-lo a ler obras literárias, e se tem acesso a revistas, a livros didáticos, você se apaixona pela língua. O que torna difícil é que a escola transforma as aulas de língua portuguesa em análises gramaticais. MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2001 (adaptado).
O Texto I é a transcrição de uma entrevista concedida por uma professora de português a um programa de rádio. O Texto II é a adaptação dessa entrevista para a modalidade escrita. Em comum, esses textos
|
{
"text": [
"apresentam ocorrências de hesitações e reformulações. ",
"são modelos de emprego de regras gramaticais. ",
"são exemplos de uso não planejado da língua. ",
"apresentam marcas da linguagem literária. ",
"são amostras do português culto urbano. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
E
| null |
2016_107
| 107 |
2016
|
2016
| null |
Galinha cega O dono correu atrás de sua branquinha, agarrou-a, lhe examinou os olhos. Estavam direitinhos, graças a Deus, e muito pretos. Soltou-a no terreiro e lhe atirou mais milho. A galinha continuou a bicar o chão desorientada. Atirou ainda mais, com paciência, até que ela se fartasse. Mas não conseguiu com o gasto de milho, de que as outras se aproveitaram, atinar com a origem daquela desorientação. Que é que seria aquilo, meu Deus do céu? Se fosse efeito de uma pedrada na cabeça e se soubesse quem havia mandado a pedra, algum moleque da vizinhança, aí… Nem por sombra imaginou que era a cegueira irremediável que principiava. Também a galinha, coitada, não compreendia nada, absolutamente nada daquilo. Por que não vinham mais os dias luminosos em que procurava a sombra das pitangueiras? Sentia ainda o calor do sol, mas tudo quase sempre tão escuro. Quase que já não sabia onde é que estava a luz, onde é que estava a sombra. GUIMARAENS, J. A. Contos e novelas. Rio de Janeiro: Imago, 1976 (fragmento).
Ao apresentar uma cena em que um menino atira milho às galinhas e observa com atenção uma delas, o narrador explora um recurso que conduz a uma expressividade fundamentada na
|
{
"text": [
"captura de elementos da vida rural, de feições peculiares. ",
"caracterização de um quintal de sítio, espaço de descobertas. ",
"confusão intencional da marcação do tempo, centrado na infância. ",
"apropriação de diferentes pontos de vista, incorporados afetivamente. ",
"fragmentação do conflito gerador, distendido como apoio à emotividade. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
D
| null |
2016_108
| 108 |
2016
|
2016
| null |
Sem acessórios nem som Escrever só para me livrar de escrever. Escrever sem ver, com riscos sentindo falta dos acompanhamentos com as mesmas lesmas e figuras sem força de expressão. Mas tudo desafina: o pensamento pesa tanto quanto o corpo enquanto corto os conectivos corto as palavras rentes com tesoura de jardim cega e bruta com facão de mato. Mas a marca deste corte tem que ficar nas palavras que sobraram. Qualquer coisa do que desapareceu continuou nas margens, nos talos no atalho aberto a talhe de foice no caminho de rato. FREITAS FILHO, A. Máquina de escrever: poesia reunida e revista. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003.
Nesse texto, a reflexão sobre o processo criativo aponta para uma concepção de atividade poética que põe em evidência o(a)
|
{
"text": [
"angustiante necessidade de produção, presente em “Escrever só para me livrar/ de escrever”. ",
"imprevisível percurso da composição, presente em “no atalho aberto a talhe de foice/ no caminho de rato”. ",
"agressivo trabalho de supressão, presente em “corto as palavras rentes/ com tesoura de jardim/ cega e bruta”. ",
"inevitável frustração diante do poema, presente em “Mas tudo desafina:/ o pensamento pesa/ tanto quanto o corpo”. ",
"conflituosa relação com a inspiração, presente em “sentindo falta dos acompanhamentos/ e figuras sem força de expressão”. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
C
| null |
2016_110
| 110 |
2016
|
2016
| null |
O senso comum é que só os seres humanos são capazes de rir. Isso não é verdade? Não. O riso básico — o da brincadeira, da diversão, da expressão física do riso, do movimento da face e da vocalização — nós compartilhamos com diversos animais. Em ratos, já foram observadas vocalizações ultrassônicas — que nós não somos capazes de perceber — e que eles emitem quando estão brincando de “rolar no chão”. Acontecendo de o cientista provocar um dano em um local específico no cérebro, o rato deixa de fazer essa vocalização e a brincadeira vira briga séria. Sem o riso, o outro pensa que está sendo atacado. O que nos diferencia dos animais é que não temos apenas esse mecanismo básico. Temos um outro mais evoluído. Os animais têm o senso de brincadeira, como nós, mas não têm senso de humor. O córtex, a parte superficial do cérebro deles, não é tão evoluído como o nosso. Temos mecanismos corticais que nos permitem, por exemplo, interpretar uma piada. Disponível em: http://globonews.globo.com. Acesso em: 31 maio 2012 (adaptado).
A coesão textual é responsável por estabelecer relações entre as partes do texto. Analisando o trecho “Acontecendo de o cientista provocar um dano em um local específico no cérebro”, verifica-se que ele estabelece com a oração seguinte uma relação de
|
{
"text": [
"finalidade, porque os danos causados ao cérebro têm por finalidade provocar a falta de vocalização dos ratos. ",
"oposição, visto que o dano causado em um local específico no cérebro é contrário à vocalização dos ratos. ",
"condição, pois é preciso que se tenha lesão específica no cérebro para que não haja vocalização dos ratos. ",
"consequência, uma vez que o motivo de não haver mais vocalização dos ratos é o dano causado no cérebro. ",
"proporção, já que à medida que se lesiona o cérebro não é mais possível que haja vocalização dos ratos. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
C
| null |
2016_111
| 111 |
2016
|
2016
| null |
Mandinga — Era a denominação que, no período das grandes navegações, os portugueses davam à costa ocidental da África. A palavra se tornou sinônimo de feitiçaria porque os exploradores lusitanos consideravam bruxos os africanos que ali habitavam — é que eles davam indicações sobre a existência de ouro na região. Em idioma nativo, manding designava terra de feiticeiros. A palavra acabou virando sinônimo de feitiço, sortilégio. COTRIM, M. O pulo do gato 3. São Paulo: Geração Editorial, 2009 (fragmento).
No texto, evidencia-se que a construção do significado da palavra mandinga resulta de um(a)
|
{
"text": [
"contexto sócio-histórico. ",
"diversidade étnica. ",
"descoberta geográfica. ",
"apropriação religiosa. ",
"contraste cultural. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
A
| null |
2016_112
| 112 |
2016
|
2016
| null |
TEXTO I Nesta época do ano, em que comprar compulsivamente é a principal preocupação de boa parte da população, é imprescindível refletirmos sobre a importância da mídia na propagação de determinados comportamentos que induzem ao consumismo exacerbado. No clássico livro O capital, Karl Marx aponta que no capitalismo os bens materiais, ao serem fetichizados, passam a assumir qualidades que vão além da mera materialidade. As coisas são personificadas e as pessoas são coisificadas. Em outros termos, um automóvel de luxo, uma mansão em um bairro nobre ou a ostentação de objetos de determinadas marcas famosas são alguns dos fatores que conferem maior valorização e visibilidade social a um indivíduo. LADEIRA, F. F. Reflexões sobre o consumismo. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 18 jan. 2015. TEXTO II Todos os dias, em algum nível, o consumo atinge nossa vida, modifica nossas relações, gera e rege sentimentos, engendra fantasias, aciona comportamentos, faz sofrer, faz gozar. Às vezes constrangendo-nos em nossas ações no mundo, humilhando e aprisionando, às vezes ampliando nossa imaginação e nossa capacidade de desejar, consumimos e somos consumidos. Numa época toda codificada como a nossa, o código da alma (o código do ser) virou código do consumidor! Fascínio pelo consumo, fascínio do consumo. Felicidade, luxo, bem-estar, boa forma, lazer, elevação espiritual, saúde, turismo, sexo, família e corpo são hoje reféns da engrenagem do consumo. BARCELLOS, G. A alma do consumo. Disponível em: www.diplomatique.org.br. Acesso em: 18 jan. 2015.
Esses textos propõem uma reflexão crítica sobre o consumismo. Ambos partem do ponto de vista de que esse hábito
|
{
"text": [
"desperta o desejo de ascensão social. ",
"provoca mudanças nos valores sociais. ",
"advém de necessidades suscitadas pela publicidade. ",
"deriva da inerente busca por felicidade pelo ser humano. ",
"resulta de um apelo do mercado em determinadas datas. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
B
| null |
2016_113
| 113 |
2016
|
2016
| null |
Quem procura a essência de um conto no espaço que fica entre a obra e seu autor comete um erro: é muito melhor procurar não no terreno que fica entre o escritor e sua obra, mas justamente no terreno que fica entre o texto e seu leitor. OZ, A. De amor e trevas. São Paulo: Cia. das Letras, 2005 (fragmento).
A progressão temática de um texto pode ser estruturada por meio de diferentes recursos coesivos, entre os quais se destaca a pontuação. Nesse texto, o emprego dos dois pontos caracteriza uma operação textual realizada com a finalidade de
|
{
"text": [
"comparar elementos opostos. ",
"relacionar informações gradativas. ",
"intensificar um problema conceitual. ",
"introduzir um argumento esclarecedor. ",
"assinalar uma consequência hipotética. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
D
| null |
2016_114
| 114 |
2016
|
2016
| null |
O livro A fórmula secreta conta a história de um episódio fundamental para o nascimento da matemática moderna e retrata uma das disputas mais virulentas da ciência renascentista. Fórmulas misteriosas, duelos públicos, traições, genialidade, ambição - e matemática! Esse é o instigante universo apresentado no livro, que resgata a história dos italianos Tartaglia e Cardano e da fórmula revolucionária para resolução de equações de terceiro grau. A obra reconstitui um episódio polêmico que marca, para muitos, o início do período moderno da matemática. Em última análise, A fórmula secreta apresenta-se como uma ótima opção para conhecer um pouco mais sobre a história da matemática e acompanhar um dos debates científicos mais inflamados do século XVI no campo. Mais do que isso, é uma obra de fácil leitura e uma boa mostra de que é possível abordar temas como álgebra de forma interessante, inteligente e acessível ao grande público. GARCIA, M. Duelos, segredos e matemática. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br. Acesso em: 6 out. 2015 (adaptado).
Na construção textual, o autor realiza escolhas para cumprir determinados objetivos. Nesse sentido, a função social desse texto é
|
{
"text": [
"interpretar a obra a partir dos acontecimentos da narrativa. ",
"apresentar o resumo do conteúdo da obra de modo impessoal. ",
"fazer a apreciação de uma obra a partir de uma síntese crítica. ",
"informar o leitor sobre a veracidade dos fatos descritos na obra. ",
"classificar a obra como uma referência para estudiosos da matemática. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
C
| null |
2016_115
| 115 |
2016
|
2016
| null |
A partida de trem Marcava seis horas da manhã. Angela Pralini pagou o táxi e pegou sua pequena valise. Dona Maria Rita de Alvarenga Chagas Souza Melo desceu do Opala da filha e encaminharam-se para os trilhos. A velha bem- vestida e com joias. Das rugas que a disfarçavam saía a forma pura de um nariz perdido na idade, e de uma boca que outrora devia ter sido cheia e sensível. Mas que importa? Chega-se a um certo ponto — e o que foi não importa. Começa uma nova raça. Uma velha não pode comunicar-se. Recebeu o beijo gelado de sua filha que foi embora antes do trem partir. Ajudara-a antes a subir no vagão. Sem que neste houvesse um centro, ela se colocara do lado. Quando a locomotiva se pôs em movimento, surpreendeu-se um pouco: não esperava que o trem seguisse nessa direção e sentara-se de costas para o caminho. Angela Pralini percebeu-lhe o movimento e perguntou: — A senhora deseja trocar de lugar comigo? Dona Maria Rita se espantou com a delicadeza, disse que não, obrigada, para ela dava no mesmo. Mas parecia ter-se perturbado. Passou a mão sobre o camafeu filigranado de ouro, espetado no peito, passou a mão pelo broche. Seca. Ofendida? Perguntou afinal a Angela Pralini: — É por causa de mim que a senhorita deseja trocar de lugar? LISPECTOR, C. Onde estivestes de noite. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980 (fragmento).
A descoberta de experiências emocionais com base no cotidiano é recorrente na obra de Clarice Lispector. No fragmento, o narrador enfatiza o(a)
|
{
"text": [
"comportamento vaidoso de mulheres de condição social privilegiada. ",
"anulação das diferenças sociais no espaço público de uma estação. ",
"incompatibilidade psicológica entre mulheres de gerações diferentes. ",
"constrangimento da aproximação formal de pessoas desconhecidas. ",
"sentimento de solidão alimentado pelo processo de envelhecimento. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
E
| null |
2016_116
| 116 |
2016
|
2016
| null |
Esses chopes dourados [...] quando a geração de meu pai batia na minha a minha achava que era normal que a geração de cima só podia educar a de baixo batendo quando a minha geração batia na de vocês ainda não sabia que estava errado mas a geração de vocês já sabia e cresceu odiando a geração de cima aí chegou esta hora em que todas as gerações já sabem de tudo e é péssimo ter pertencido à geração do meio tendo errado quando apanhou da de cima e errado quando bateu na de baixo e sabendo que apesar de amaldiçoados éramos todos inocentes. WANDERLEY, J. In: MORICONI, I. (Org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 (fragmento).
Ao expressar uma percepção de atitudes e valores situados na passagem do tempo, o eu lírico manifesta uma angústia sintetizada na
|
{
"text": [
"compreensão da efemeridade das convicções antes vistas como sólidas. ",
"consciência das imperfeições aceitas na construção do senso comum. ",
"revolta das novas gerações contra modelos tradicionais de educação. ",
"incerteza da expectativa de mudança por parte das futuras gerações. ",
"crueldade atribuída à forma de punição praticada pelos mais velhos. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
B
| null |
2016_117
| 117 |
2016
|
2016
| null |
Centro das atenções em um planeta cada vez mais interconectado, a Floresta Amazônica expõe inúmeros dilemas. Um dos mais candentes diz respeito à madeira e sua exploração econômica, uma saga que envolve os muitos desafios para a conservação dos recursos naturais às gerações futuras. Com o olhar jornalístico, crítico e ao mesmo tempo didático, adentramos a Amazônia em busca de histórias e sutilezas que os dados nem sempre revelam. Lapidamos estatísticas e estudos científicos para construir uma síntese útil a quem direciona esforços para conservar a floresta, seja no setor público, seja no setor privado, seja na sociedade civil. Guiada como uma reportagem, rica em informações ilustradas, a obra Madeira de ponta a ponta revela a diversidade de fraudes na cadeia de produção, transporte e comercialização da madeira, bem como as iniciativas de boas práticas que se disseminam e trazem esperança rumo a um modelo de convivência entre desenvolvimento e manutenção da floresta. VILLELA, M.; SPINK, P. In: ADEODATO, S. et al. Madeira de ponta a ponta: o caminho desde a floresta até o consumo. São Paulo: FGV RAE, 2011 (adaptado).
A fim de alcançar seus objetivos comunicativos, os autores escreveram esse texto para
|
{
"text": [
"apresentar informações e comentários sobre o livro. ",
"noticiar as descobertas científicas oriundas da pesquisa. ",
"defender as práticas sustentáveis de manejo da madeira. ",
"ensinar formas de combate à exploração ilegal de madeira. ",
"demonstrar a importância de parcerias para a realização da pesquisa. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
A
| null |
2016_119
| 119 |
2016
|
2016
| null |
Pérolas absolutas Há, no seio de uma ostra, um movimento — ainda que imperceptível. Qualquer coisa imiscuiu-se pela fissura, uma partícula qualquer, diminuta e invisível. Venceu as paredes lacradas, que se fecham como a boca que tem medo de deixar escapar um segredo. Venceu. E agora penetra o núcleo da ostra, contaminando-lhe a própria substância. A ostra reage, imediatamente. E começa a secretar o nácar. É um mecanismo de defesa, uma tentativa de purificação contra a partícula invasora. Com uma paciência de fundo de mar, a ostra profanada continua seu trabalho incansável, secretando por anos a fio o nácar que aos poucos se vai solidificando. É dessa solidificação que nascem as pérolas. As pérolas são, assim, o resultado de uma contaminação. A arte por vezes também. A arte é quase sempre a transformação da dor. [...] Escrever é preciso. É preciso continuar secretando o nácar, formar a pérola que talvez seja imperfeita, que talvez jamais seja encontrada e viva para sempre encerrada no fundo do mar. Talvez estas, as pérolas esquecidas, jamais achadas, as pérolas intocadas e por isso absolutas em si mesmas, guardem em si uma parcela faiscante da eternidade. SEIXAS, H. Uma ilha chamada livro. Rio de Janeiro: Record, 2009 (fragmento).
Considerando os aspectos estéticos e semânticos presentes no texto, a imagem da pérola configura uma percepção que
|
{
"text": [
"reforça o valor do sofrimento e do esquecimento para o processo criativo. ",
"ilustra o conflito entre a procura do novo e a rejeição ao elemento exótico. ",
"concebe a criação literária como trabalho progressivo e de autoconhecimento. ",
"expressa a ideia de atividade poética como experiência anônima e involuntária. ",
"destaca o efeito introspectivo gerado pelo contato com o inusitado e com o desconhecido. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
C
| null |
2016_120
| 120 |
2016
|
2016
| null |
Querido diário Hoje topei com alguns conhecidos meus Me dão bom-dia, cheios de carinho Dizem para eu ter muita luz, ficar com Deus Eles têm pena de eu viver sozinho [...] Hoje o inimigo veio me espreitar Armou tocaia lá na curva do rio Trouxe um porrete a mó de me quebrar Mas eu não quebro porque sou macio, viu HOLANDA, C. B. Chico. Rio de Janeiro: Biscoito Fino, 2013 (fragmento).
Uma característica do gênero diário que aparece na letra da canção de Chico Buarque é o(a)
|
{
"text": [
"diálogo com interlocutores próximos. ",
"recorrência de verbos no infinitivo. ",
"predominância de tom poético. ",
"uso de rimas na composição. ",
"narrativa autorreflexiva. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
E
| null |
2016_121
| 121 |
2016
|
2016
| null |
De domingo — Outrossim… — O quê? — O que o quê? — O que você disse. — Outrossim? — É. — O que é que tem? — Nada. Só achei engraçado. — Não vejo a graça. — Você vai concordar que não é uma palavra de todos os dias. — Ah, não é. Aliás, eu só uso domingo. — Se bem que parece mais uma palavra de segunda-feira. — Não. Palavra de segunda-feira é “óbice”. — “Ônus”. — “Ônus” também. “Desiderato”. “Resquício”. — “Resquício” é de domingo. — Não, não. Segunda. No máximo terça. — Mas “outrossim”, francamente... — Qual o problema? — Retira o “outrossim”. — Não retiro. É uma ótima palavra. Aliás é uma palavra difícil de usar. Não é qualquer um que usa “outrossim”. VERISSIMO, L. F. Comédias da vida privada. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).
No texto, há uma discussão sobre o uso de algumas palavras da língua portuguesa. Esse uso promove o(a)
|
{
"text": [
"marcação temporal, evidenciada pela presença de palavras indicativas dos dias da semana. ",
"tom humorístico, ocasionado pela ocorrência de palavras empregadas em contextos formais. ",
"caracterização da identidade linguística dos interlocutores, percebida pela recorrência de palavras regionais. ",
"distanciamento entre os interlocutores, provocado pelo emprego de palavras com significados pouco conhecidos. ",
"inadequação vocabular, demonstrada pela seleção de palavras desconhecidas por parte de um dos interlocutores do diálogo. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
B
| null |
2016_122
| 122 |
2016
|
2016
| null |
Receita Tome-se um poeta não cansado, Uma nuvem de sonho e uma flor, Três gotas de tristeza, um tom dourado, Uma veia sangrando de pavor. Quando a massa já ferve e se retorce Deita-se a luz dum corpo de mulher, Duma pitada de morte se reforce, Que um amor de poeta assim requer. SARAMAGO, J. Os poemas possíveis. Alfragide: Caminho, 1997.
Os gêneros textuais caracterizam-se por serem relativamente estáveis e podem reconfigurar-se em função do propósito comunicativo. Esse texto constitui uma mescla de gêneros, pois
|
{
"text": [
"introduz procedimentos prescritivos na composição do poema. ",
"explicita as etapas essenciais à preparação de uma receita. ",
"explora elementos temáticos presentes em uma receita. ",
"apresenta organização estrutural típica de um poema. ",
"utiliza linguagem figurada na construção do poema. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
A
| null |
2016_124
| 124 |
2016
|
2016
| null |
O humor e a língua Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição linguística. Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que posso garantir que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem simultaneamente um dos melhores retratos dos valores e problemas de uma sociedade, por um lado, e uma coleção de fatos e dados impressionantes para quem quer saber o que é e como funciona uma língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate, uma coleção de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras diferenças, instituições (igreja, escola, casamento, política), morte, tudo isso está sempre presente nas piadas que circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o mundo. Os antropólogos ainda não prestaram a devida atenção a esse material, que poderia substituir com vantagem muitas entrevistas e pesquisas participantes. Saberemos mais a quantas andam o machismo e o racismo, por exemplo, se pesquisarmos uma coleção de piadas do que qualquer outro corpus. POSSENTI, S. Ciência Hoje, n. 176, out. 2001 (adaptado).
A piada é um gênero textual que figura entre os mais recorrentes na cultura brasileira, sobretudo na tradição oral. Nessa reflexão, a piada é enfatizada por
|
{
"text": [
"sua função humorística. ",
"sua ocorrência universal. ",
"sua diversidade temática. ",
"seu papel como veículo de preconceitos. ",
"seu potencial como objeto de investigação. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
E
| null |
2016_125
| 125 |
2016
|
2016
| null |
O filme Menina de ouro conta a história de Maggie Fitzgerald, uma garçonete de 31 anos que vive sozinha em condições humildes e sonha em se tornar uma boxeadora profissional treinada por FranKie Dunn. Em uma cena, assim que o treinador atravessa a porta do corredor onde ela se encontra, Maggie o aborda e, a caminho da saída, pergunta a ele se está interessado em treiná-la. FranKie responde: "Eu não treino garotas". Após essa fala, ele vira as costas e vai embora. Aqui, percebemos, em Frankie, um comportamento ancorado na representação de que boxe é esporte de homem e, em Maggie, a superação da concepção de que os ringues são tradicionalmente masculinos. Historicamente construída, a feminilidade dominante atribui a submissão, a fragilidade e a passividade a uma "natureza feminina". Numa concepção hegemônica dos gêneros, feminilidades e masculinidades encontram-se em extremidades opostas. No entanto, algumas mulheres, indiferentes às convenções sociais, sentem-se seduzidas e desafiadas a aderirem à prática das modalidades consideradas masculinas. É o que observamos em Maggie, que se mostra determinada e insiste em seu objetivo de ser treinada por Frankie. FERNANDES, V.; MOURÃO, L. Menina de ouro e a representação de feminilidades plurais. Movimento, n. 4, out.-dez. 2014 (adaptado).
A inserção da personagem Maggie na prática corporal do boxe indica a possibilidade da construção de uma feminilidade marcada pela
|
{
"text": [
"adequação da mulher a uma modalidade esportiva alinhada a seu gênero. ",
"valorização de comportamentos e atitudes normalmente associados à mulher. ",
"transposição de limites impostos à mulher num espaço de predomínio masculino. ",
"aceitação de padrões sociais acerca da participação da mulher nas lutas corporais. ",
"naturalização de barreiras socioculturais responsáveis pela exclusão da mulher no boxe. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
C
| null |
2016_126
| 126 |
2016
|
2016
| null |
Entrevista com Terezinha Guilhermina Terezinha Guilhermina é uma das atletas mais premiadas da história paraolímpica do Brasil e um dos principais nomes do atletismo mundial. Está no Guinness Book de 2013/2014 como a “cega” mais rápida do mundo. Observatório: Quais os desafios você teve que superar para se consagrar como atleta profissional? Terezinha Guilhermina: Considero a ausência de recursos financeiros, nos três primeiros anos da minha carreira, como meu principal desafio. A falta de um atleta- guia, para me auxiliar nos treinamentos, me obrigava a treinar sozinha e, por não enxergar bem, acabava sofrendo alguns acidentes como trombadas e quedas. Observatório: Como está a preparação para os Jogos Paraolímpicos de 2016? Terezinha Guilhermina: Estou trabalhando intensamente, com vistas a chegar lá bem melhor do que estive em Londres. E, por isso, posso me dedicar a treinos diários, trabalhos preventivos de lesões e acompanhamento psicológico e nutricional da melhor qualidade. Revista do Observatório Brasil de Igualdade de Gênero, n. 6, dez. 2014 (adaptado).
O texto permite relacionar uma prática corporal com uma visão ampliada de saúde. O fator que possibilita identificar essa perspectiva é o(a)
|
{
"text": [
"aspecto nutricional. ",
"condição financeira. ",
"prevenção de lesões. ",
"treinamento esportivo. ",
"acompanhamento psicológico. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
B
| null |
2016_127
| 127 |
2016
|
2016
| null |
É possível considerar as modalidades esportivas coletivas dentro de uma mesma lógica, pois possuem uma estrutura comum: seis princípios operacionais divididos em dois grupos, o ataque e a defesa. Os três princípios operacionais de ataque são: conservação individual e coletiva da bola, progressão da equipe com a posse da bola em direção ao alvo adversário e finalização da jogada, visando a obtenção de ponto. Os três princípios operacionais da defesa são: recuperação da bola, impedimento do avanço da equipe contrária com a posse da bola e proteção do alvo para impedir a finalização da equipe adversária. DAOLIO, J. Jogos esportivos coletivos: dos princípios operacionais aos gestos técnicos — modelo pendular a partir das ideias de Claude Bayer. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, out. 2002 (adaptado).
Considerando os princípios expostos no texto, o drible no handebol caracteriza o princípio de
|
{
"text": [
"recuperação da bola. ",
"progressão da equipe. ",
"finalização da jogada. ",
"proteção do próprio alvo. ",
"impedimento do avanço adversário. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
B
| null |
2016_128
| 128 |
2016
|
2016
| null |
BONS DIAS! 14 de junho de 1889 Ó doce, ó longa, ó inexprimível melancolia dos jornais velhos! Conhece-se um homem diante de um deles. Pessoa que não sentir alguma coisa ao ler folhas de meio século, bem pode crer que não terá nunca uma das mais profundas sensações da vida, - igual ou quase igual à que dá a vista das ruínas de uma civilização. Não é a saudade piegas, mas a recomposição do extinto, a revivescência do passado. ASSIS, M. Bons dias! (Crônicas 1888-1889). Campinas: Editora da Unicamp; São Paulo: Hucitec, 1990.
O jornal impresso é parte integrante do que hoje se compreende por tecnologias de informação e comunicação. Nesse texto, o jornal é reconhecido como
|
{
"text": [
"objeto de devoção pessoal. ",
"elemento de afirmação da cultura. ",
"instrumento de reconstrução da memória. ",
"ferramenta de investigação do ser humano. ",
"veículo de produção de fatos da realidade. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
C
| null |
2016_129
| 129 |
2016
|
2016
| null |
TEXTO I BACON, F. Três estudos para um autorretrato. Óleo sobre tela, 37,5 x 31,8 cm (cada), 1974. Disponível em: www.metmuseum.org. Acesso em: 30 maio 2016. TEXTO II Tenho um rosto lacerado por rugas secas e profundas, sulcos na pele. Não é um rosto desfeito, como acontece com pessoas de traços delicados, o contorno é o mesmo mas a matéria foi destruída. Tenho um rosto destruído. DURAS, M. O amante. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
Na imagem e no texto do romance de Marguerite Duras, os dois autorretratos apontam para o modo de representação da subjetividade moderna. Na pintura e na literatura modernas, o rosto humano deforma-se, destrói-se ou fragmenta-se em razão
|
{
"text": [
"da adesão à estética do grotesco, herdada do romantismo europeu, que trouxe novas possibilidades de representação. ",
"das catástrofes que assolaram o século XX e da descoberta de uma realidade psíquica pela psicanálise. ",
"da opção em demonstrarem oposição aos limites estéticos da revolução permanente trazida pela arte moderna. ",
"do posicionamento do artista do século XX contra a negação do passado, que se torna prática dominante na sociedade burguesa. ",
"da intenção de garantir uma forma de criar obras de arte independentes da matéria presente em sua história pessoal. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
B
| null |
2016_130
| 130 |
2016
|
2016
| null |
Lições de motim DONA COTINHA — É claro! Só gosta de solidão quem nasceu pra ser solitário. Só o solitário gosta de solidão. Quem vive só e não gosta da solidão não é um solitário, é só um desacompanhado. (A reflexão escorrega lá pro fundo da alma.) Solidão é vocação, besta de quem pensa que é sina. Por isso, tem de ser valorizada. E não é qualquer um que pode ser solitário, não. Ah, mas não é mesmo! É preciso ter competência pra isso. (De súbito, pedagógica, volta-se para o homem.) É como poesia, sabe, moço? Tem de ser recitada em voz alta, que é pra gente sentir o gosto. (FAZ UMA PAUSA.) Você gosta de poesia? (O HOMEM TORNA A SE DEBATER. A VELHA INTERROMPE O DISCURSO E VOLTA A LHE DAR AS COSTAS, COMO SEMPRE, IMPASSÍVEL. O HOMEM, MAIS UMA VEZ, CANSADO, DESISTE.) Bem, como eu ia dizendo, pra viver bem com a solidão temos de ser proprietários dela e não inquilinos, me entende? Quem é inquilino da solidão não passa de um abandonado. É isso aí. ZORZETTI, H. Lições de motim. Goiânia: Kelps, 2010 (adaptado).
Nesse trecho, o que caracteriza Lições de motim como texto teatral?
|
{
"text": [
"O tom melancólico presente na cena. ",
"As perguntas retóricas da personagem. ",
"A interferência do narrador no desfecho da cena. ",
"O uso de rubricas para construir a ação dramática. ",
"As analogias sobre a solidão feitas pela personagem. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
D
| null |
2016_131
| 131 |
2016
|
2016
| null |
A obra de Túlio Piva poderia ser objeto de estudo nos bancos escolares, ao lado de Noel, Ataulfo e Lupicínio. Se o criador optou por permanecer em sua querência — Santiago, e depois Porto Alegre, a obra alçou voos mais altos, com passagens na Rússia, Estados Unidos e Venezuela. Tem que ter mulata, seu samba maior, é coisa de craque. Um retrato feito de ritmo e poesia, uma ode ao gênero que amou desde sempre. E o paradoxo: misto de gaúcho e italiano, nascido na fronteira com a Argentina, falando de samba, morro e mulata, com categoria. E que categoria! Uma batida de violão que fez história. O tango transmudado em samba. RAMIREZ, H.; PIVA, R. (Org.). Túlio Piva: pra ser samba brasileiro. Porto Alegre: Programa Petrobras Cultural, 2005 (adaptado).
O texto é um trecho da crítica musical sobre a obra de Túlio Piva. Para enfatizar a qualidade do artista, usou-se como recurso argumentativo o(a)
|
{
"text": [
"contraste entre o local de nascimento e a escolha pelo gênero samba. ",
"exemplo de temáticas gaúchas abordadas nas letras de sambas. ",
"alusão a gêneros musicais brasileiros e argentinos. ",
"comparação entre sambistas de diferentes regiões. ",
"aproximação entre a cultura brasileira e a argentina. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
A
| null |
2016_132
| 132 |
2016
|
2016
| null |
L.J.C. — 5 tiros? — É. — Brincando de pegador? — É. O PM pensou que… — Hoje? — Cedinho. COELHO, M. In: FREIRE, M. (Org.). Os cem menores contos brasileiros do século. São Paulo: Ateliê Editorial, 2004.
Os sinais de pontuação são elementos com importantes funções para a progressão temática. Nesse miniconto, as reticências foram utilizadas para indicar
|
{
"text": [
"uma fala hesitante. ",
"uma informação implícita. ",
"uma situação incoerente. ",
"a eliminação de uma ideia. ",
"a interrupção de uma ação. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
B
| null |
2016_135
| 135 |
2016
|
2016
| null |
Você pode não acreditar Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que os leiteiros deixavam as garrafinhas de leite do lado de fora das casas, seja ao pé da porta, seja na janela. A gente ia de uniforme azul e branco para o grupo, de manhãzinha, passava pelas casas e não ocorria que alguém pudesse roubar aquilo. Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que os padeiros deixavam o pão na soleira da porta ou na janela que dava para a rua. A gente passava e via aquilo como uma coisa normal. Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que você saía à noite para namorar e voltava andando pelas ruas da cidade, caminhando displicentemente, sentindo cheiro de jasmim e de alecrim, sem olhar para trás, sem temer as sombras. Você pode não acreditar: houve um tempo em que as pessoas se visitavam airosamente. Chegavam no meio da tarde ou à noite, contavam casos, tomavam café, falavam da saúde, tricotavam sobre a vida alheia e voltavam de bonde às suas casas. Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que o namorado primeiro ficava andando com a moça numa rua perto da casa dela, depois passava a namorar no portão, depois tinha ingresso na sala da família. Era sinal de que já estava praticamente noivo e seguro. Houve um tempo em que havia tempo. Houve um tempo. SANT’ANNA, A. R. Estado de Minas, 5 maio 2013 (fragmento).
Nessa crônica, a repetição do trecho “Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que...” configura-se como uma estratégia argumentativa que visa
|
{
"text": [
"surpreender o leitor com a descrição do que as pessoas faziam durante o seu tempo livre antigamente. ",
"sensibilizar o leitor sobre o modo como as pessoas se relacionavam entre si num tempo mais aprazível. ",
"advertir o leitor mais jovem sobre o mau uso que se faz do tempo nos dias atuais. ",
"incentivar o leitor a organizar melhor o seu tempo sem deixar de ser nostálgico. ",
"convencer o leitor sobre a veracidade de fatos relativos à vida no passado. "
],
"label": [
"A",
"B",
"C",
"D",
"E"
]
}
|
B
| null |
Subsets and Splits
No community queries yet
The top public SQL queries from the community will appear here once available.